Orgulho de nossas cicatrizes.

Os anos de 2006 e a metade de 2007 podem ser considerados os anos de maior aprofundamento emocional comigo mesma. Quem nunca se envolveu com uma pessoa que de repente não tem mais nada a ver com você? Quem nunca viveu um amor egoísta, onde pensa-se que viver dentro de uma caixinha é sinal de ‘cuidado’. Cuidado? Cuidado com quem? Cuidado com o que? O nome disso é IMATURIDADE. Um relacionamento saudável, aprendi, precisa ser livre. Precisa continuar em contato com o mundo, com os amigos, com as pessoas do sexo oposto. A personalidade precisa ser mantida. Oras, se você diz que ama e que confia, por que não permitir que o outro saia, divirta-se e não se canse de você? É, porque pressão demais tem hora que cansa! 

É duro achar o equilíbrio. É difícil manter uma relação. Se já é difícil normalmente, com tantos percalços como trabalho, coisas da casa, contas pra pagar, cobrança da família, imagina ter alguém que te sufoca? Ou, pior, que inclui regras que só a mulher tem que cumprir e que o lado oposto simplesmente faz tudo ao contrário? Mas faz escondido, pra ‘ninguém saber’. 

O que você faz quando não tem ninguém olhando? Eu me faço esta pergunta constantemente. Porque acredito que existe sim uma força maior que sabe de todas as nossas ações, nossos pensamentos, nossas angústias, nossos egoísmos, nossos amores, nossos pecados, nossas vontades, nossas alegrias, nossas purezas. 

Ninguém é bom o tempo todo, ou ruim o tempo todo. E uma ação que primeiramente pode ser dada como “errada”, se analisarmos os cenários, as versões e os motivos, a gente compreende e aceita DE UMA VEZ POR TODAS que nós temos exatamente aquilo que achamos que merecemos ter. Seja em relação ao amor, ao afeto da família, à ligação com os amigos, ao trabalho sonhado, tudo. Exatamente TU-DO. Assim, passamos a não culpar o outro pelas nossas chateações, pelas nossas expectativas, pelas nossas frustrações. E, quanto mais a vida cobra, quanto mais você recebe coisas que você não está gostando, mais você precisa parar e analisar se o que está chegando até você te satisfaz, ou se será novamente preciso dar uma sacudida, se posicionar. A vida é curta demais pra gente perder tempo com qualquer coisa que seja que traz mais tristezas que alegrias pra nós. Aí, a conta não bate. Sim, é impossível ser feliz sozinho, mas muitas vezes, o nosso amor próprio e nossa luz é o que basta pra começarmos a atrair aquilo que viemos buscar: paz, alegrias e borboletas no estômago. A vida sem paixão e sem emoção não tem absolutamente graça alguma. Sejamos criativos pra surpreender quem amamos, pai, mãe, tios, primos, amigos, cachorro, namorado, noivo, marido, chefe. Quem quer que seja. Quem quer nos seja importante, precisa saber que o é. O amanhã pode ser muito tarde. 

Hoje, lendo este texto que parece ter vindo do âmago de Marla de Queiroz, me lembrei exatamente do dia em que tomei a decisão de ser feliz sozinha com meu próprio brilho e luz. Dia 06 de agosto de 2007. O Universo entendeu tão bem o meu recado, que mandou a minha resposta 18 dias depois, dia 24. 

A gente recebe o que atrai. Pode apostar! 



“Você me pediu perdão como se pudéssemos remover com uma borracha nosso pequeno e trágico passado. Mas eu te perdoei porque não consigo gastar um átomo de segundo da minha existência guardando qualquer sentimento por você. E para te perdoar, precisei perdoar também a mim mesma pela armadilha que criei quando eu estava triste e desorientada demais para achar que você pudesse me dar qualquer tipo de direção e desabei nos seus braços e me deixei levar pelas suas mentiras caudalosas. E você, com sua personalidade nociva e perversa, e por viver tão afundando na ignorância de ser quem é, ainda pensou que ser perdoado era um passaporte para qualquer tipo de aproximação. Não. Agora eu tenho sanidade nas minhas escolhas e não estou mais frágil como antes. O que você me causou e as consequências graves que tive que administrar sozinha por causa da sua covardia, me fortaleceram de tal forma, que o meu horizonte interno se ampliou no peito e nos olhos e o meu tamanho teve que ser aumentando para comportar tantos aprendizados. Por isso, a pessoa que consegue te perdoar hoje, não é a mesma que você feriu com toda crueldade que eu não sabia ser possível num ser humano considerado socialmente normal. O mal que você tem feito a si mesmo, não é mais problema meu e a minha presença seria um presente dado a alguém que não tem a menor condição de receber o que é bom. Eu poderia ter ajudado você a se lapidar com a minha predisposição para o amor. Mas você, acostumado a viver na escuridão, não soube suportar a minha luz. Espero que encontre alguma paz se algum dia conseguir e quiser viver dentro da honestidade.” (Marla de Queiroz)

Bom fim de semana, meu povo! 
Meu beijo, 
L. 


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