O verbo “sentir” conjugado com filhos

Atibaia, 04 de setembro de 2017.

Ouvindo “Altar Particular”, da Gadu!

Daqui 12 dias, completo minha 32ª primavera. Sempre gostei de pensar que meu inferno astral traria para minha vida dicas de tudo que eu preciso reavaliar, assim como as certezas do quanto sou uma pessoa privilegiada.

No último final de semana, a dica de itens para reavaliação foi quem bateu à minha porta. É muito engraçado como tudo chega assim, tão inesperadamente e nos faz acessar emoções e sensações que são realmente muito desconfortáveis. De todo modo, meu ponto de gratidão maior está no ato de SENTIR em si.

A emoção veio e eu estive atenta a cada sensação de meu corpo: as mãos trêmulas, o coração acelerado, o suor incontrolável, a boca seca imediatamente, uma raiva misturada com tristeza, com desapontamento e inquietude. Por fim, o calor das lágrimas que precisaram ser contidas para que Beni não se assustasse com minha mudança de comportamento repentina.

Alguém já se sentiu assim?

Sempre que isso acontece comigo, emudeço. Sinto vontade nula de falar qualquer coisa com qualquer pessoa. Mas desta vez foi diferente.

Percebi que faz mais de 3 anos que nada parecido me baqueava tanto.

Desta vez foi diferente porque agora sou mãe. E meus filhos estavam ali, pedindo colo, aconchego, me dando flores e me dizendo que sou uma Princesa. Como dizer ao meu corpo que ele precisava dividir uma emoção tão negativa com outra que me emocionou tanto positivamente?

Tentei pedir uma bebida mais forte no bar, mas o filho chorou muito porque um outro menino o havia beliscado nos brinquedos; enquanto acolhia meu Pequeno, o gelo derreteu e deixou a bebida fraca.

Pensei em me trancar no banheiro ou no quarto e colocar uma música bem animada como se não houvesse amanhã, pra tentar suar um pouco e me “desligar”, mas percebi que ter dois gurizinhos chamando “mamãe” na porta muda tudo.

O direito de degustar meus desprazeres não existe mais.

Então eles me chamam pra brincar… pedem que eu sente no chão para ver formiguinhas. Me dão um abraço inesperado e me dizem que sou linda.

No fim das contas, quem é que cuida de quem mesmo?

Gratidão eterna aos meus Pequenos Grandes Amores, os seres que mais me transformam e por quem eu diariamente revejo meu comportamento, minha força, onde, com o que e com quem gastar minha energia.

Vida que segue. Daqui 12 dias esse inferno astral termina.

Meu beijo,

L.

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