Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : “Fui eu ?”
Deus sabe, porque o escreveu.
(Fernando Pessoa)
…
Este sentimento está incontrolável. Mistura de agonia e aflição. Um medo sem sentido. Impaciência. Não sou sozinha, mas estou me sentindo. Não me perguntem por quê. Existem coisas que sem inexplicáveis. Sentimentos que são indescritíveis. Acordei com saudade da minha família. Saudade dos meus amigos. Estranha sensação. Os hormônios estão indecifráveis. E só me resta querer que o dia passe logo. Vai ver este trajeto casa – trabalho, trabalho – casa está me cansando. Vai ver estou precisando cuidar mais de mim.Lembrar mais de mim. Não tem jeito. Tem horas que a gente quer colo. SÓ colo. Sem fala. Sem gestos, nada! Só um colo confortante. Hoje sinto que minhas ‘fases’ estão à todo vapor. Não ligo. Acho que a tristeza e instrospecção fazem parte da vida. Mas às vezes eu queria entender porquê. Seria mais fácil me auto-diagnosticar. Vai ver é o acúmulo de várias coisas. Chega de tentar decifrar! Dias pensativos também fazem bem. E, se esta é a minha condição hoje, por que não curti-la?! Tudo passa… tudo SEMPRE passa! (…)
…
just one question: “how deep is your love?”