. ouvindo “Stigmatize” – The Calling .
e, de novo, já faz tempo que não passo por aqui. mais de 2 meses. 2010 começou da mesma forma de 2009, com novo trabalho, nova rotina, pessoas novas… as mudanças fazem parte da vida, e eu já estou careca de saber disso… mas também estou careca de saber que meu estado emocional sempre dá sinais de fragilidade nessas circunstâncias, em que o desconhecido está perto, o futuro é imprevisível.
para entender este meu estado de espírito, vamos por partes…
o ano de 2010 começou bem, em familia, em atibaia… e nesses 3 meses algumas coisas aconteceram: já troquei de visual 03 vezes (sim, uma por mês); tentei rever antigos amigos (e consegui!); fui pela primeira vez ao estádio de futebol assistir SP x Corinthians em um verdadeiro jogão de bola; tive a alegria de saber da gravidez da minha cunhada; farei duas estreias em abril: a de andar de avião (sim, pareço criança!) e a de ir para território internacional; já consegui viajar e curtir o maridão mais que o ano passado todo!; fiz novas amizades; fui ao show do coldplay que foi uma delícia (ok, não melhor que do Killers, mas bom!); e, profissionalmente falando, terminei o meu periodo de experiência na Price, me apeguei às pessoas daquele andar tão gostoso de trabalhar, e eis que hoje chega a notícia de que quem estou substituindo voltará. e é aí que entra o meu discurso de fragilidade emocional…
assim que soube da notícia, que veio de repente, senti uma sensação esquisita, uma vontade de chorar, misturada com ansiedade, um nó na garganta. porque, ir para outro lugar, ainda que na mesma empresa, é como se eu mudasse de emprego, e tivesse que – de novo – me readaptar. e ando tentando esta adaptação desde janeiro de 2009… adaptação com a nova cidade, adaptação com o casamento, adaptação com os novos problemas do dia a dia, adaptação com o caos urbano, adaptação com novos empregos, adaptação com novas pessoas… e isso, inconscientemente, tem me custado caro: pressão alta e muita descarga de adrenalina.
agora, me diz, por que que eu não consigo sentir isso? por que a ansiedade vive escondida, em lugar de difícil acesso, assim como os receios? sim, porque pra mim, não sou uma pessoa nervosa, nem ansiosa… mas os exames clínicos mostram o contrário.
daí, lembro do conselho de meu cardiologista: lillian, vá tomar um banho de cachoeira, faça atividades que você gosta e não esqueça de andar com são bento.
eu não queria ser tão sensível. de verdade! porque eu sofro tanto… mas este também tem sido um exercício diário. difícil e diário. eu preciso mudar isso… pre-ci-so!
just need to know… HOW! não é assim tão simples. mas estamos a caminho…
eu sei que Deus sabe o que é melhor pra mim… mas o número 14 por aqui tem sido meu número de sorte. então, seria maravilhoso se eu pudesse pedir pra continuar com esta sorte em minha vida. 🙂 seja o que o “grande arquiteto do universo” quiser.
“… e que os anjos digam amém!”
como faz parte do meu show sempre deixar bons textos no blog, segue este, que acho que cai bem para o dia de hoje. e que me diz que, quando estamos infelizes, não devemos temer as mudanças, nem nos acomodarmos com um conforto que pode nos trazer grandes traumas para vida toda. me faz pensar, ainda mais, em olhar pra dentro e questionar sobre minha real ideia de felicidade. um delicioso exercício interno!
boa semana pro mundo!
paz e bem, sempre!
li.
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Mês passado participei de um evento sobre o Dia da Mulher. Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades. E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi. Foi um momento inesquecível… A platéia inteira fez um ‘oooohh’ de descrédito. Aí fiquei pensando: ‘pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos? Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado ‘juventude eterna’. Estão todos em busca da reversão do tempo. Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas. Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada. A fonte da juventude chama-se “mudança”. De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora. A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas. Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos. Mudança, o que vem a ser tal coisa? Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho. Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu. Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos. Rejuvenesceu. Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. Rejuvenesceu. Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face. Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho… (Lya Luft)
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