Bragança Paulista, 15 de maio de 2011.
Há exatos 30 dias não escrevo. Desta vez, não vou culpar o tempo e sim, a mim mesma. E mais abaixo saberemos porquê.
Nesses 30 dias, muitas coisas aconteceram. Trabalho árduo na escola, férias com o Lu em Brotas, descanso merecido depois de um desgaste emocional absurdo, retorno ao trabalho, alguns pontos pessoais incomodando internamente, percepção do incômodo, digestão do incômodo e resolução do incômodo.
Hoje, estou com 25 anos. Fui de Secretária Júnior a Diretora em 1 mês. Ok, não sou diretora de uma multinacional, mas desde janeiro deste ano, passei a ser responsável pela vida de 11 pessoas. Parece pouco, não? Pois garanto que não é!!
Sempre fui muito fã da área de Gestão de Pessoas, sempre pensei em estratégias para trabalhar a motivação do próximo, para lembrá-lo de que é preciso ter tempo para tudo na vida, que a qualidade de vida é fundamental nos dias atuais, que os pilares da vida (trabalho, fé, família, relacionamento) devem sempre estar equilibrados. Muitas vezes, não dizem que quem tenta ensinar é quem mais precisa aprender? Pois bem. Me senti completamente nesta situação.
E não, não foi o tempo que me ficou escasso. Para isso existem livros e artigos que nos ajudam a definir prioridades e urgências em nossa vida. Consigo sim, ter tempo para a família, para os amigos, para mim mesma, para o trabalho. Basta que uma força emocional trabalhe aqui: O QUERER.
Acontece que às vezes estamos olhando tanto para a frente, que acabamos nos esquecendo de olhar ao redor. De enxergar o macro. De ter uma visão ampla.
Dizem também que só com as dificuldades aprendemos. Melhor seria se apenas observando os erros dos outros, tomássemos aquilo como aprendizado para nós mesmos. Mas não é assim. Não basta um falar que a atitude está errada, é preciso ir até o fundo para descobrir que aquele caminho não está sendo o que vai levar para um destino verde e florido. Amadurecer não é fácil.
A vida nos coloca a prova em muitos momentos. Já passei por algumas situações de grande desgaste familiar e amoroso que me ensinaram muitas coisas. Agora, o teste é outro. É o teste profissional. É minha própria cobrança em querer sempre fazer o melhor, com perfeição, quando, na verdade, o que eu preciso não é tentar fazer tudo perfeito, e sim, me permitir trabalhar, errar, mudar a estratégia, estudar mais, obter conhecimentos, progredir. Mas não adianta. Mesmo sabendo disso tudo, estava lá uma força interior que não me deixava aquietar. Até que esta “tal” força de achar que minha atitude estava completamente certa veio por água abaixo, e eu me vi sozinha, sem saber para onde correr, sem coragem para voltar atrás.
E aí?Pois te conto.
E aí, que ou eu encarava de frente meus medos interiores, ou então, fatalmente o resultado seria desastroso. E foi assim que, durante algum tempo, fui fazendo um exercício mental de tudo que me incomodava, tudo que me tirava o sono, que me deixava nervosa, que me afastava dos amigos, que me desequilibrava com 3 dos 4 pilares que são fundamentais pra mim e já citados acima (família, fé, relacionamento). Entender que precisamos mudar é fácil. Identificar nossos defeitos também é fácil. Agora, ter coragem para recomeçar é muito bonito e perfeito na teoria, porque na prática, o buraco é mais embaixo. Ainda assim, é preciso. Então, o necessário não é somente encarar os medos interiores, mas exterminá-los e fazer com que a rotina diária se torne melhor, mais pacífica, amorosa e harmoniosa em todos os sentidos.
Descobri que me faltava (Ainda falta! Mas calma, estou em processo de melhoria contínua.) trabalhar minha inteligência emocional. Lidar com a realidade de que – graças a Deus! – as pessoas são diferentes de mim, e que isso não deve ser motivo de afastamento, ou intolerância, mas sim, de troca, de respeito. Respeito mútuo, e respeito por mim mesma.
Aconteceu o que dificilmente eu deixo de fazer: não escutei meu coração. Pela primeira vez, tive medo de fazê-lo. Dá pra acreditar? Pois bem. E o que vem pela frente?
Uma vez tendo o auto-diagnóstico em mãos, chega a hora de entender o auto-tratamento. (Sim, todos definidos por mim mesma. É o meu EU me dizendo como seguir em frente)
Então, vamos lá: diálogo contínuo, florais de Bach para acalmar, atender as ligações das amigas, entrar em contato com as pessoas amadas e importantes de alguma forma, cuidar de mim, determinar as horas por dia destinadas a trabalho, dar mais atenção ao marido, fazer o que me faz bem – ler um livro agradável, ouvir boa música, escrever, escrever, escrever.
O tratamento foi iniciado no dia 12 de maio. Já surtiu efeitos incríveis.
Se está certo, não sei. Veremos na caminhada de minha vida. Não quero mais ter medo de errar. Não me permitirei sentir uma fracassada por isso. Entendi que a vida é um eterno erros e acertos, e que é daí que tiramos as melhores lições, de acordo com nossas próprias experiências.
Pra mim, mais um aprendizado (ou re-aprendizado): para fazer dar certo, qualquer coisa que seja na vida, só tenho que contar com uma pessoa: EU MESMA.
Nós somos realmente a soma de nossas decisões. Sim, definitivamente somos.
Meu beijo,
L.