Gosto muito da frase “nós somos a soma das nossas decisões”. Não conheço o autor, mas ela sempre significou demais para mim. Desde muito cedo, tudo em nossa vida está diretamente ligado com o “sim” e com o “não”. Em todo o tempo estamos fazendo escolhas, criando caminhos…
Sempre soube que o ser humano vive de sonhos. Eu especialmente. Sou sonhadora demais, sempre fui. Sempre acreditei em um mundo meio cor de rosa, porque pra mim, cada um tem o direito de olhar a vida com os olhos que quiser. Antes, eu era sonhadora e ingênua. Hoje, com as experiências que vivi, continuo acreditando que as pessoas próximas a mim sempre me entregarão o melhor de suas energias; ou, quando alguém não está tão bem, ou quando nós mesmos não estamos bem, podemos equilibrar nossas energias com quem está em melhor vibração.
Existem escolhas que surtem maior ou menor efeito em nossas vidas. As maiores, em minha opinião, estão entre: a escolha de uma profissão; a escolha do companheiro; a escolha de ter filhos ou não.
Em minha vida, já realizei muitos sonhos. Já me orgulhei de muitas das minhas escolhas. Já me frustrei demais com outras. Mas a vida tem um jeito bonito de nos mostrar que podemos aprender com nossos erros, que podemos tirar grandes lições do que no momento não está exatamente como gostaríamos.
As escolhas de nossas vida nos fazem testar nossos sentimentos mais íntimos: paciência, amor, tolerância, fé, alegrias, tristezas, angústias. E nas escolhas e sonhos de nossas vidas, não sabemos o que o processo de construção de cada um deles nos trará. Alguns sonhos, quando realizados, não faz nosso coração vibrar tanto quando achávamos que vibraria. Outros que parecem ser muito simples, da forma como se realiza, torna-se inesquecível nos capítulos da vida que escrevemos diariamente.
Em 2012, fiz escolhas dificílimas em minha vida. Não me sentia bem. Estava realizando o maior sonho de minha vida, que era de ser proprietária de uma franquia Yázigi. Por outro lado, este sonho estava me custando muito caro: a dedicação intensa, a responsabilidade envolvida, o estresse de um marido ausente e, quando presente, cheio de cobranças, fez com que o maior sonho da minha vida se tornasse um grande problema. Eu, em todos os papeis sociais que a vida cobra, não me reconhecia. Tornei-me uma pessoa um tanto quanto amarga, estressada, reclusa, baixo astral. Eu, que sempre fui tão voltada a mim mesma, a ouvir meu próprio coração, não conseguia mais fazer este exercício. Era uma bagunça mental atordoante, porque escolher entre o trabalho e o casamento é muito sério. Ainda mais em um momento tão bagunçado da vida jornalística do Luiz. Quem me garantia que deixar a empresa me traria paz de espírito que eu já não encontrava mais dentro de mim? E a frustração de desistir do maior sonho da minha vida, que estava ali, na minha frente, sendo vivenciado, foi um baque grande. Imaginava um futuro totalmente diferente caso este sonho específico se tornasse realidade… mas eis que vem a vida e nos dá um banho de água fria. E nos testa todo o tempo. Na minha história, eu escolhi o meu casamento. Vendi minha parte na sociedade. Hoje, penso que, apesar de nosso livre arbítrio, algumas coisas estão escritas. MAKTUB! Literalmente! Eu era simplesmente apaixonada pelo que eu fazia, mas o desgaste emocional que tudo me causou me traumatizou um pouco. Sem entender a minha bagunça interna, pela primeira vez decidi procurar a terapia. É incrível como quando ordenamos os pensamentos e as emoções para externar tudo para alguém desconhecido, as coisas começam a ficar mais fáceis. Você joga luz em pontos antes obscuros, e chega a conclusão de que não teria outra solução além daquela que acabava de acontecer: a desistência do sonho.
Hoje penso que talvez assumir uma escola com 25 anos tenha sido cedo demais. As emoções estão muito afloradas, a inteligência emocional não está trabalhada corretamente. Eu tentava chegar a perfeição, sendo apenas um ser humano. Precisava provar a mim mesma que eu era capaz, e consegui sim provar isso a mim mesma. Aprendo muita coisa também. Foram 18 meses intensos, desgastantes, mas felizes. Um ciclo encerrado rapidamente.
Quase na hora de completar um ano do rompimento, sigo a vida com sonhos mais intangíveis: a construção da minha família, a delícia de curtir uma gravidez com amor e tranquilidade, a estabilidade familiar. Antes disso, vivenciar a emoção da realização do sonho de ter meu pai me levando no altar para me casar pela 2ª vez com meu marido, curtir o sonho de ter uma lua-de-mel de verdade, vivenciar o sonho de conseguir 30 dias de férias completos ao lado do meu amor: isso antigamente era totalmente utópico.
Escolhi deixar a sociedade. Escolhemos não voltar a São Paulo. Decidimos voltar para Atibaia. Luiz decidiu trocar de emprego para termos paz em nossa relação. Decidi voltar a ser funcionária até conseguir ser madura o suficiente para um dia ter meu próprio negócio, quem sabe. Decidimos levar a vida enfrentando cada problema e desafio que surgisse. Combinamos não desistir um do outro enquanto houver amor, carinho e admiração. Hoje, por mais que algumas decisões doam, é importante saber que tudo está sendo decidido levando em consideração o que de melhor será para a vida de nós dois, pensando a médio/longo prazo, sem esquecer de viver o presente, que tem esse nome para que seja realmente o maior presente de nossas vidas: viver o hoje com a maior intensidade que existe em nós.
Nossas escolhas, muitas vezes, nos levam a lugares que nem imaginamos: nos levam a lugares muito melhores! Portanto, que Deus continue abençoando nossas escolhas e nos iluminando para escolher os caminhos certos nas bifurcações da vida, visando nossa evolução como seres humanos.
É muito bom voltar a sentir mais alegrias que angústias no coração.
A paz de espírito realmente não tem preço…
“E de repente a vida te vira pelo avesso, e você descobre que o avesso é o seu lado certo…”
Que venham os avessos, então! 🙂
Vida que segue…
Meu beijo,
L.
Olá Lilian:
Olha, se não me engano a frase “nós somos a soma das nossas decisões”, é do Woody Allen.
Quanto ao seu texto, creio que a vida é uma sucessão inesgotável de escolhas.
E toda escolha envolve a responsabilidade de assumir as consequências.
Infelizmente, não temos uma bolha de cristal, pra adivinhar se vamos tomar a melhor decisão.
O que nos guia é o coração e a intuição.
Se isso estiver em equilíbrio, já é um bom sinal.
Bjs.:
Sil
http://www.meusdevaneiosescritos.blogspot.com.br/
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