Atibaia, 15 de outubro de 2013.
Ouvindo “Baby” – versão da Rita Lee.
Ouvindo “Baby” – versão da Rita Lee.
É engraçado.
Sempre que passo por alguma situação que mexe com meu estado emocional, eu me recuo.
Prefiro estar em contato comigo mesma e olhar profundo pra dentro, pra tentar buscar as respostas, entender os sentimentos, decifrar os pensamentos e reações que muitas vezes fazem com que eu tenha uma atitude inconsciente.
Procuro em meus autores favoritos algumas respostas, gosto de ler e pensar que todas as pessoas no mundo passam por questionamentos. Gosto de saber, ainda, que depois de um tempo tudo passa. E passa mesmo. Já vivi esta fase muitas vezes e em todas ela passou.
Procurei a terapia e tomei o passiflora mais cedo desta vez. Está dando resultado.
O livro da vez é o “Qual é a Sua Obra”, de Mario Sérgio Cortella.
Excepcional. Incrível como ele fala de problemas cotidianos de forma equilibrada e espiritualizada.
Faz com que eu reflita ainda mais sobre o que realmente faz meu coração vibrar.
Hoje, no entanto, o texto virtual aleatório foi de Ita Portugal.
E como fez sentido.
Deixo a inspiração do que acalmou a minha alma hoje.
Vivendo um dia de cada vez, como se realmente fosse o último.
Me bastando de pequenas coisas, vivenciando meus sentimentos mais íntimos e ouvindo a minha voz interior de forma plena.
O nome disso é autoconhecimento.
O que ficar, se tornará experiência, maturidade.
Tudo sempre bem vindo. Até o medo e as incertezas.
Obrigada, meu Deus.
Que a escolha seja a melhor sempre.
A que deixará a paz permanente. A que trará calma. E ainda mais sorrisos.
Amém.
L.
Só isso me basta – Ita PortugalEstou inaugurando a minha lista de desejos, com um pouco de sonho e alguma sobriedade. Há dias que o pouco me basta. Há outros que o muito ainda não é o bastante. Das sobras de tranquilidade, quero um pouco de paz. Um trabalho prazeroso, que dê pra pagar as contas, acho que isso não é demais.
Quero fé e alegria. Um pouco mais de tempo para cumprir minha agenda sem deixar nada para o dia seguinte. Quero resolver minhas urgências, com certa tranquilidade. Dar significado ao que é importante e descartar o que não altera a vida. O direito de fazer escolhas. Ser o que digo que sou. Falar com convicção. Errar e ter absolvição. Esquecer as informações desnecessárias e fixar o olhar no essencial. Quero acordar bem disposta. Ter força suficiente para os vendavais. Não desistir facilmente. Acreditar no dia seguinte. Encontrar o remédio exato para a dor de cabeça, a confusão na alma, a indecisão na mente. E dos piores sintomas, constatar que são apenas enganosos.
Só quero ser livre para viver a crise. Sair dela. Continuar viva. Descartar os bagaços. Fugir pra lua. Pisar no céu e voltar pra terra quando sentir vontade. Ser normal e assumir os surtos. Falar bobagens. Fazer silêncio. Dizer não sem culpa. Reciclar o que não importa. Transformar o que for possível. Atravessar as pontes sem medo. Assumir as culpas. Curtir a solidão e sair dela. Esquecer esse lance de dar satisfação.
No duro, eu só quero um tempo. Sobreviver sem avisar. Desapontar as minhas mágoas e me ver livre delas em definitivo. Jogar no lixo a coletânea de saudades. Não desperdiçar energia. Não resistir às mudanças. Ter vontade compatível com a minha capacidade e realizar.
Eu só quero criar juízo e me dar um jeito de não antecipar as crises. Encarregar o tempo dos seus desencantos sem apressar a história. Viver por temporadas. Ganhar a vida com uma mochila mais leve. Eu só quero me dar um singelo puxão de orelhas para não correr o risco de andar apressada e entrar nos atalhos. Eu só quero ficar mais perto do imprevisível reeducar a ansiedade e não perder calorias com as esperas, porque elas são inevitáveis. Eu só quero ser passível de tudo isso, sem perder o encanto. Só quero pagar o débito de minhas aventuras e continuar viva.