…das emoções de sua chegada!

Ouvindo “Meu Maior Presente”. 


22 de julho de 2014. 
Às 17h30, você nascia. 
Quando engravidei, aconteceu um misto de emoções dentro de mim. Durante 40 semanas, me preparei psicologicamente e emocionalmente para nosso encontro, conversando com você dentro da barriga, dançando, te imaginando. Sentir você dentro de mim era uma experiência única. Como sempre me disseram, já não me sentia mais sozinha, e aquele vínculo estava sendo criado de maneira especialíssima. 
Então, chegou o dia 22. Eu e seu pai estávamos tranquilos até irmos para a maternidade. 
Conversávamos no quarto, recebemos a visita dos seus avós, dos amigos. Todos ansiosos a espera de sua chegada. E então, fomos para a sala de cirurgia. 
Há quatro semanas, você chegou ao mundo. 
Depois da cesariana, que foi relativamente tranquila, esperava na sala de recuperação ansiosa imaginando a sua carinha, imaginando chegar no quarto e ver as visitas, tirando fotos… foquei em “sentir minhas pernas” a fim de que esse momento de reencontro chegasse rápido. Jamais imaginei que, ao voltar para o quarto, só encontraria o seu pai. 
Por um cansaço respiratório, você precisou passar a noite na UTI. O que não esperava era, no dia seguinte, te ver tão pequeno com sonda e sendo alimentado por soro. E eu, sem te amamentar, sem saber o que isso poderia ocasionar. 
Espero que esta seja a última vez que eu me lembre daquela cena, que venho tentando esquecer para não desmoronar emocionalmente. 
As pessoas me diziam, “é normal, isso acontece, logo ele estará no quarto”. Eu não me conformava. Entendia que o que todos queriam era me deixar tranquila, mas a verdade era que ninguém tinha passado por aquela experiência, então, ninguém imaginava o meu sentimento. 
Os cinco médicos pediatras que te atenderam, disseram que talvez o seu sistema digestivo não estivesse totalmente formado e, por isso, você vomitava. Diferentemente de uma regurgitação normal dos bebês, você fazia força para colocar pra fora. Exames foram feitos. Enquanto isso, orações incessantes dos amigos próximos e familiares, todos conectados de forma única com um pensamento positivo voltado pra ti, meu filho. Enfim, graças a Deus, era apenas uma adaptação a este mundo denso em que vivemos. 
Pudera! Você, meu anjo, com a alma pura e sensível, deve mesmo estranhar isso tudo. Mas eu te garanto, eu e seu pai sempre te ajudaremos a criar um mundo feliz ao seu redor. 
Cinco dias depois, enfim, estávamos em casa. 
Tendo sido forte te vendo por quatro dias na UTI, estar com você em meus braços era libertador. 
O próximo dilema começou: eu não tive produção de leite suficiente. 
Os médicos disseram que pode ter sido ocasionado pelo forte abalo emocional e também pela operação de redução dos seios que fiz em 2006. A verdade é que nunca saberemos. 
E então, me culpando por não conseguir te amamentar, lembrando daquela cena do hospital, do seu pai tentando te acalmar cantando “Um Anjo do Ceu”, não conseguia conter as lágrimas. Eram muitas. Eu me sentia desesperada, com medo, achando que não conseguiria mais te proteger com os anticorpos do leite materno. Minha pouca produção era retirada incessantemente para te dar um pouco de colostro na mamadeira, e assim, permitir que tivesse contato com o alimento que é o mais importante. 
Tentei tomar remédios, ocitocina sintética, fiz promessas, mas nada de sentir a tal “quentura” nos seios quando o leite desce. E muita frustração. 
Até que, buscando forças, parei de tentar encontrar as respostas para as perguntas que me fazia todo o tempo: “por quê comigo?”. Ao invés disso, foquei em te demonstrar todo amor que brotava no meu coração, olhando em seus olhos, conversando contigo, me encantando com cada sorriso espontâneo, com o acalento na hora das cólicas. Você me fez sentir o quanto eu poderia me sentir especial mesmo sem conseguir te amamentar. 
Sentir o poder de uma mãe em acalmar seu filho, não tem preço. 
Dançar com você e cantar pra você dormir, não tem preço. 
Saber que o corpo se acostuma em acordar diversas vezes durante a madrugada para te levar paz e te devolver o sono dos anjos, não tem preço. 
Este amor espontâneo que cresce a cada dia é realmente único. Inigualável. Inimaginável. 
Antes, eu sentia medo. Hoje, sinto que sou capaz. 
Saber que fui a escolhida por você me traz a certeza de que eu posso. 
Há quatro semanas, você nascia. Eu também. 
Juntos, estamos descobrindo novas maneiras de nos comunicar. Que alegria entender seus choros, sua rotina. Que alegria poder te ver crescer saudável. 
E que grande lição pra mim entender que o fluxo da vida é intenso, que nada está em nossas mãos e o quanto podemos encontrar fortaleza dentro de nós mesmos. 
Hoje, deixo pra trás as lembranças negativas. Foco neste amor.
Dedico a você as minhas melhores energias, minhas vibrações mais positivas para tentar sempre te proteger de qualquer negatividade, meu filho. 
Obrigada por toda esta experiência. 
Obrigada, meu Deus, por esta oportunidade. 
Sigamos juntos na caminhada desta vida, prontos para a missão que temos para cumprir. 
Todo amor que houver nesta vida para ti, meu Benício. 
Te amo. Desde o umbigo. 
Mamãe. 

3 comentários sobre “…das emoções de sua chegada!

  1. Chorei de emoção!!!Que lindo Li ler suas palavras, palavras cheias de amor e sinceridade. A maternidade realmente nos transforma!!Envio daqui de longe MUITA energia positiva e muita LUZ pra vcs!!!Um beijãooo

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  2. Amor da Minha Vida, que lindas e sinceras palavras. E pensar que estamos apenas no começo de uma jornada dos mais profundos e intensos sentimentos.
    Que alegria a nossa família me traz. Eu e o Benício só temos mesmo é que agradecer pela mulher única que és para nós dois.

    Te amamos!

    Beijos do Marido e do Filho

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