Da resignação.

Atibaia, 28 de outubro de 2014. 
Ouvindo “Time” – Chantal Kreviazuk 
Ufa! Um tempinho para, enfim, escrever. 
Durante os últimos dois finais de semana, eu e o Lu temos conversado muito sobre ‘resignação’. 
Do verbo RESIGNAR: sujeição paciente às contrariedades da vida. 
É assim que temos nos sentido: resignados. 
Não existe outra forma de experimentar a paternidade/maternidade. 
São tantas coisas das quais abrimos mão… são tantas decisões que precisamos tomar… 
Eu, que sempre gostei de segurança, planejamento, tenho vivido momentos de crise existencial em que simplesmente penso: ‘deixarei fluir, sem pensar neste ou naquele caminho’. 
Professor Hermógenes já dizia: “Entrego. Confio. Aceito. Agradeço.” 
É mesmo um exercício diário de paciência, tolerância.
Sigo monotemática no Blog. 
É que realmente vivo uma experiência totalmente nova. 
Eu, que amava a solidão, estou reaprendendo a me encontrar e buscar a paz em meio a choro, colo, trocas, esterilizações, banhos, livros de história e conversas na língua dos bebês, olho no olho com Benício. 
É um ciclo louco. Não para nunca! 
Não é uma reclamação. Apenas uma constatação. 
– “Nossa, o dia está tão lindo, vou dar uma volta com o Beni.” 
– “Ai, não! Não posso agora porque o sol está muito forte.” 

– “Ufa, Beni dormiu. Posso descansar.” 
– “Ai, não! Tem roupa dele pra lavar e passar. Deixa eu correr.” 

– “Ah, está chegando o fim do dia. Vou deitar um pouquinho.” 
– “Ai, não! O Lu está chegando e preciso estar apresentável para o meu marido.”

– “Ah, agora que ele está tranquilo vou ler um pouquinho.” 
– “Ai, não! Outra crise de cólica… deixa eu pegá-lo no colo pra acalmá-lo.” 
E assim, vamos seguindo, um dia de cada vez. Renunciando, resignando, amando em tempo integral. 
Deixando de lado os livros que a gente quer ler, os cursos que a gente pensa em fazer, as caminhadas na esteira que são deixadas pra trás. E torce todos os dias para que os sábados cheguem logo pra se ter pelo menos uma hora de solidão. Eu, comigo mesma. Onde cada minuto dos 60 que me cabem são aproveitados com a maior e melhor intensidade da VIDA. Porque, antes de todos os meus papeis sociais, eu sou Lillian. E preciso me reconectar. Pensar no que quero. No cotidiano ideal. Ser racional para tomar as decisões todas que vão sendo postergadas porque não se tem energia suficiente para o raciocínio ideal. 
A melhor coisa que a maternidade me ensinou foi que eu não preciso e nem quero mais ser perfeita em tudo que faço. Meu filho me lembra diariamente que sou apenas um ser humano tentando acertar, tentando ser mãe, dona de casa, esposa e logo, logo, profissional de novo. 

Vida que segue. Tempo que passa.
Vivo agradecendo.
A vida nos torna mais fortes e certos do que precisamos.
Do que REALMENTE precisamos: paz interior e tranquilidade.

Meu beijo,
L.

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