Atibaia, 15 de janeiro de 2015.
Ouvindo “Flor de Lis” – Djavan
Na semana passada Beni estava HIPER tranquilo e me deixou terminar de ler dois livros que estavam em andamento: “Qual a Sua Obra?” e “Presente do Mar”.
Já escrevi tempos atrás sobre o quanto este último livro fez a diferença pra mim quando Benício chegou ao mundo. Aquela fase louca de adaptação e esgotamento não me deixava me olhar, me cuidar, mas era importante que, apesar do cansaço, eu tirasse meia hora do dia pra me reconectar, pensar em como gostaria de seguir a vida materna sem me esquecer do meu marido e especialmente, de mim mesma.
Obviamente enquanto lia fui grifando os trechos que pra mim foram mais relevantes. Gosto de fazer isso. Meus livros são todos riscados, rabiscados, cheios de ‘vida’. Há quem deteste ‘estragá-los’. Pra mim, este tipo de estrago traz sempre boas recordações de momentos felizes de leitura.
Indico fortemente a todas que se viram nos 30 pra dar conta do recado.
Somos super mulheres!!
“Quero dar e receber tantas coisas de meu marido e de meus filhos; compartilhar minha vida com os amigos e com a comunidade; cumprir meus deveres para com as pessoas e para com o mundo – como mulher, artista e cidadã. Mas, cima de tudo – como consequência desses outros desejos -, quero estar em paz comigo mesma. Quero uma simplicidade no olhar, uma pureza nas intenções e um núcleo central para minha vida.”
“É uma lição difícil de se aprender, hoje em dia – deixar a família e os amigos e praticar, intencionalmente, por uma hora, um dia ou uma semana, a arte da solidão. A vida se movimenta em direção ao vazio mais rica, mais intensa, mais inteira do que nunca. É como se, ao partir, eu realmente perdesse uma perna, mas depois, como na estrela-do-mar, ela crescesse novamente. Torno-me inteira outra vez, completa e em harmonia – mais inteira do que antes, quando as outras pessoas tinham apenas partes de mim.”
“Na verdade, não é a solitude física que separa as pessoas; não é o isolamento físico, mas o isolamento espiritual que as separa. Quando somos estranhos para nós mesmos, nos tornamos estranhos para os outros também. Se não estamos em contato com nós mesmos, não podemos estar em contato com os outros. (…) Começo a descobrir que só quando estou em sintonia com o meu próprio centro posso entrar em sintonia com o outro. E, para mim, a melhor maneira de redescobrir meu centro, minha fonte interior, é ficar em solitude.”
“(…) é o medo que nos faz prolongar com nostalgia o último momento ou antecipar com ansiedade o que vem a seguir. O medo destrói a “vida de altos voos”. Mas como exorcizá-lo? O medo só pode ser exorcizado pelo seu oposto – o amor. Não há lugar para o medo, para a dúvida, para a hesitação num coração cheio de amor”.