Viva La Vida

São Paulo, 21 de maio de 2015. 
Hoje, ao abrir os olhos, senti algo estranho. Desses dias que a gente não sabe exatamente o que tem, mas sabe que tem algo. Quem é mulher sabe o que eu quero dizer. 
Voltei a tomar anticoncepcional depois de quase 2 anos. Acho que os hormônios estavam um pouco descontrolados. 
A manhã seguiu tranquila com café matutino feito pelo meu amor, conversa a fora. Beni assistiu um pouco de TV enquanto eu ajeitava algumas coisas em casa e, depois de um almoço e um suco de uva que ele não gosta por nada e entre mãozinhas coçando olhinhos e orelhinhas, coloquei ele para dormir.  
Fui para a cozinha e vi o caos que se instalava. Uma e meia da tarde e eu sem nada pronto para comer. A pia abarrotada de louça para lavar. Eu respirei fundo e antes de inventar qualquer coisa para comer e para aproveitar o tempo, encarei a pia primeiro. 
Mas aí é que senti que as coisas não iam mesmo bem. Comecei a chorar, chorar, chorar, chorar, pensando em como a casa é grande, em como às vezes sinto que não darei conta, em como algumas comodidades atibaianas me fazem falta, em como eu queria tempo e raciocínio para conseguir fazer aquele curso que está na lista de desejos, ou para conseguir me exercitar mais vezes por semana. E onde mesmo que está a energia? 
Aí, depois de chorar, escrever pro Lu, me vitimizar um pouco já que sou só um ser humano, as lágrimas cessaram. E pra ser mais fácil, esquentei dois pedaços de pizza que restaram da noite anterior e de sobremesa comi um pedaço de chocolate sem culpa. 
Benício – que a esta altura já tinha acordado – me dá aquele sorrisão que agora começa a ter dentes e aí tudo acaba. Saio com ele para passear pelo condomínio e sentir a vitamina D do sol que é tão gostosa nestes dias outonais, lembro do quanto eu adoro sair para andar com ele e com o Lu de carrinho, onde sempre converso com meu marido sobre tantos assuntos aleatórios, me lembro que na segunda ele entra em férias e respiro aliviada! 
Presto atenção ao momento. Sensações. Cheiros. Vento no rosto, calor no corpo. Numa casa, alguém discutindo com uma criança. Na outra, está saindo um bolo do forno, com certeza – o cheiro não me deixa enganar. Já em outra, ouço uma mãe brincar com o filho criança: ela o chama de ‘meu gordinho’ carinhosamente e eu acho que fez cócegas nele, porque teve uma gargalhada com um ‘pára, mãe’. Passei por outra, a que eu mais gosto, quando às vezes tem alguém tocando piano lindamente e eu ando mais devagar só para desfrutar daquela música clássica. Tinha outro ouvindo rock pesado. 
E assim, voltando pra casa, brincando de ser Amélie Poulain, percebo tanta gente com gostos tão diferentes, passando por coisas e situações que eu sequer imagino, mas todas ali… vivendo… tentando… 
Voltei pra casa feliz. 
Ainda enlouqueço o Lu com a minha bipolaridade. 
Mudar o padrão é ótimo. Por hoje, consegui. 
: ) 
Meu beijo, 
L.

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