Mamãe de novo!

São Paulo, 4 de agosto de 2015. 
Ouvindo Kelly Clarkson – Breakaway 
No dia 28 de junho deste ano, descobri que estava grávida do meu segundo filho. Benício ainda nem tinha completado um ano e confesso que tomei um susto quando, naquele despretensioso domingo, me deparei com dois risquinhos vermelhos no teste de farmácia. 
Imaginei mil coisas, tive medo, medo de não dar conta, medo de me afastar de meu marido, medo de ter um parto tão próximo do outro, medo de não me recuperar tão facilmente, medo paralisante. 
Durou uma semana. Depois, o Lu foi me acalmando e começamos a imaginar como será a vida a partir de fevereiro/16, mês de nascimento do(a) caçula.
Fui na farmácia comprar ácido fólico e vitamina para tomar por conta da gravidez e dei de cara com a revista Sorria, que já disse mil vezes ser fã de carteirinha, onde é possível acreditar no ser humano. 
Adoro os textos da Roberta Faria – diretora executiva -, todos sempre tocam minha alma e me fazem refletir muito. Ao abrir a revista, que nos meses de julho e agosto está com o tema “Seu Copo Está Cheio ou Vazio?”, entendi que foi Deus falando comigo através de suas palavras. E senti um alívio. 
Sei que novos desafios virão pela frente. Mas se conseguirmos manter a base do amor, do respeito e da parceria bem estruturados, tenho certeza que toda e qualquer fase difícil será ultrapassada. 
Que venha então nosso(a) caçula, que será recebido com todo nosso amor. 
A Deus, Universo ou o que quer que esteja lá em cima, o meu ‘muito obrigada’ por sempre me mostrar nas entrelinhas onde está a calma e a paz que preciso encontrar.

Vida que segue.

Meu beijo,
L. 

— 
“(…) Colocar um filho no mundo é o maior ato de otimismo que se pode cometer.
Desde o começo, a gente fica sabendo que muita coisa pode dar errado. São nove meses fazendo centenas de exames para procurar problemas. São infinitas listas do que se deve e não se pode fazer, todas seguidas de ameaças. A hora de nascer é cercada de medos, mitos e polícias, dizendo que o parto precisa ser assim ou assado, senão coisas terríveis acontecem com mãe e bebê. E essa é a parte mais fácil. Porque depois que a criança vem ao mundo é que os perigos se multiplicam pra valer.
A gente ouve falar de doenças raras ou alergias incuráveis, e pensa: podia ser aqui em casa. Começa a fazer as contas dos gastos novos que vão surgir e aumentar a cada ano e se pergunta se vai dar conta. Vê por aí histórias tenebrosas de sumiços e acidentes e se arrepia, lembrando que acontece com qualquer um. Quer acreditar que filho une a família, mas se pega lendo que o índice de divórcios é maior nos primeiros cinco anos após o nascimento de um bebê. E, quando vai ao supermercado e assiste a uma criança esperneando no chão, só consegue imaginar: se a minha for assim, eu mato.
Mas daí você sente a barriga mexer. E assim como não conseguimos deixar de nos preocupar, ao sentir a vida que criamos, é impossível não pensar também em todas as felicidades que ela vai trazer. Em como vai ser bom afofar bochechas e dobrinhas. Que linda vai ser nossa família. Que divertido vai ser quando ela começar a falar e fazer perguntas absurdas. Já imaginamos todas as coisas do mundo que vamos mostrar e ensinar em cada passo. E sentimos, antecipadamente, orgulho de ver esse toquinho virar gente e fazer diferença no mundo.
Filhos não nos deixam ser pessimistas demais – porque se a gente cai na armadilha de acreditar em tudo que pode dar errado, não levanta mais da cama. Tampouco nos permitem ser cegamente otimistas – temos que pensar em todas as possibilidades para protegê-los (e é por isso que as mães sempre dizem para levar o casaco). Criar uma família exige que a gente encontre o equilíbrio entre imaginar o pior e torcer pelo melhor. Só assim a gente consegue se preparar para tudo – e lidar com o que vier sem perder a cabeça, nem tirar os pés do chão. 
Essa é uma das maiores lições que podemos aprender com os filhos – ou com nossos pais, que foram capazes de fazer o mesmo por nós. Não é simples. Há dias em que a gente afunda. Não consegue parar de reclamar e de pensar “por que eu?”. Há outros em que queremos fechar os olhos e fingir que não há nada acontecendo. Preferimos nos autoenganar com um “ah, vai dar tudo certo, mesmo sabendo, no fundo, que pode dar bem errado. 
O que a gente precisa lembrar é que, assim como ninguém decido os filhos ou os pais que tem, a vida também é cheia de imprevistos e surpresas incontroláveis, boas e más. O que dá pra fazer é escolher como vamos reagir a elas. Nada é tão mau ou tão bom assim. Parece o fim do mundo? Não é. Vai ser feliz pra sempre? Não vai. Há um caminho do meio. Aquele onde você encara o seu filho – ou a si mesmo no espelho – e aceita: não vai ser fácil. Mas o mundo é melhor porque você está aqui. De algum jeito, podemos fazer isso dar certo.”
(Roberta Faria – Revista Sorria) 

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