Mensagem de amor.

Atibaia, 21 de janeiro de 2016.

Ouvindo – Uma mensagem de amor (Caetano)

Amanhã, Benício completa 18 meses de vida. Um ano e meio em que uma revolução aconteceu em minha vida. Ele nasceu e nasceu em mim uma mãe. 

Eu penso em tudo que aconteceu durante este tempo, toda a loucura emocional onde caí de paraquedas – mas sentindo boa parte do voo em queda livre! -, todo o processo de adaptação pelo qual precisamos passar em termos de criação de vínculos, entendimentos, olhares, distinção de choros, troca de sorrisos, canções inventadas, danças curtidas, broncas dadas, banhos com bagunça, noites em claro, noites bem dormidas, preocupações infindáveis quando ficava doente, alegrias incontáveis acompanhando seu desenvolvimento. 

Posso dizer que estive presente em cada segundo destes 18 meses, a cada dia passando por uma nova transformação: tinham dias em que eu pensava a moleza de ser mãe; já n’outros, chorava de esgotamento físico, mental e emocional e tudo que eu pedia a Deus era uma dose a mais de paciência para não descontar em você qualquer tipo de frustração que eu estivesse sentindo naquele momento. 

Você me apresentou a faculdade da vida e de ter que lidar com tantos sentimentos ambíguos ao mesmo tempo, me forçou a olhar para dentro de minhas dores, me ajudou a encontrar dentro de mim respostas e desta forma, pude procurar ajuda e desde então tentar me libertar de tantos estigmas que a vida traz e carregamos sem perceber. Você tem me ajudado a encontrar a leveza, a não me importar com coisas que só me trarão irritação, a pensar de forma mais global sem me apegar a picuinhas que tornam o dia a dia chato e cansativo; você tem me ajudado a rir muito mais quando me olha de repente, dá aquela gargalhada e sai correndo de repente – é sua maneira de me dizer que quer brincar de pega pega. Ou então quando entra na sua barraca e fica quietinho só colocando a cabecinha pra fora – é sua maneira de dizer que quer ouvir um segredo ou uma estória. 

Você entende absolutamente T-U-D-O que dizemos e faz ‘não’ com a cabeça ou um joia com os dedos para responder suas vontades, já que ainda não fala. Ainda, porque a hora que falar, será tagarela igual ao seu pai. Sou eu quem fico com você todos os dias quase o dia todo, mas é o “papai” que verbaliza. Está bem, eu resolvi ouvir o conselho da sua “tia preferida”: “deixa ele chamar papai porque a hora que começar a chamar mamãe não vai parar nunca mais” – rs. Então tá! Deixemos como está, já que só não fala, mas quer meu colo o tempo todo. E devo confessar: por mais cansativo que às vezes seja, sentir este poder de mãe eleva meu brio de forma única! (Que seu pai não me ouça)

Hoje, você me ajudou a terminar de montar a mala da maternidade do Miguel. Esses dias, quando te contei o que aconteceria, que teríamos que ficar um pouquinho longe um do outro quando seu irmão nascesse, você chorou. Parei de falar e decidi tentar um outro dia para que isso não mexesse tanto com meu psicológico. Sei que a parte mais difícil será ficar longe. Só penso no momento em que chegarei em casa e finalmente estarei pronta para recomeçar a história de nossa nova família com novas adaptações, ensinamentos e vivência do amor e caos: estaremos, enfim, completos. 

Obrigada por ser esta criança tão linda, sorridente, por ser um moleque travesso cheio de saúde, por me deixar louca quando te vejo trepando na mesa, no armário, nos bancos, por ter tanta personalidade e ao mesmo tempo ser um dos seres humanos mais amorosos com quem tenho podido conviver. 

No fim do ano, enquanto mostrávamos nosso vídeo de casamento para a tia Isa e para o tio Ari, aquilo foi demais para sua alma emotiva: não se ver te provocou um choro sentido, você não entendia onde estava naquele momento, como estávamos sem você? A verdade, meu Pixoxó amado, é que sequer imaginávamos que, antes mesmo de nascer, você já ocupava nosso coração e já te pedíamos aos Anjos. Você iniciou a grande transformação e agora Miguel vem para equilibrar tudo aquilo que por algum motivo ainda estava em desarmonia; você ressignificou o sentimento do amor e deu fim a todo egoísmo e agora Miguel chega para entendermos de uma vez por todas que planos são necessários, mas que viver o presente de forma resignada e aceitando de peito aberto o que chega é o que realmente importa. 

Feliz um ano e meio de vida, meu amor. 

Te amo muito. 

Do umbigo, 

Mamãe. 

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