A energia do amor.

Atibaia, 08 de dezembro de 2016. 

Ouvindo Lulu Santos – Tempos Modernos

Eu sempre fui uma garota apaixonada. Desde que me conheço por gente, sonhava com o dia em que estaria passeando na praia de mãos dadas com um Amor. Comprava alianças para usar só para materializar o dia em que este símbolo tão especial para mim viesse através de um pedido único de namoro, noivado, casamento. Desde sempre vivi neste romantismo; é próprio de mim. Não sei ser diferente. 

Descobri ao longo da vida, porém, que o tipo de relacionamento que temos está diretamente relacionado com nossa autoestima, nosso conhecimento interior, nosso amor próprio. 

Nunca frequentei muitas baladas. Pra mim, não fazia sentido sair com a intenção de beijar uma, duas, três bocas, bibiricar qualquer coisa e voltar pra casa para curtir a ressaca no dia seguinte. De novo, tem a ver com personalidade. Para algumas pessoas é exatamente isso que faz sentido: o não apego, a liberdade continua, encontros casuais. 

Tive algumas experiências, decepções importantíssimas para que eu conseguisse moldar em minha mente o amor que eu merecia. Acho a frase “cada um tem o amor que acha que merece” fortíssima, porque ela realmente tem muito a ver com nossa forma de viver, de pensar, de agir. 

Por um bom tempo em minha vida, me afastei dos amigos e não saía sozinha. Se fosse para o bar, então, nem pensar! Achava que esta demonstração opressora de ciúme e possessividade era uma forma de amor e, diante disso, chego a conclusão querido Lulu Santos: se for assim, não considero justa toda forma de amor. 

Experimentei a dor de me olhar no espelho e não me reconhecer; experimentei a dor da traição; experimentei a amizade em forma de aconchego; experimentei a delícia de fazer “nada demais” com pessoas incríveis que faziam tudo ser mesmo incrível. E, finalmente, experimentei de novo o amor. Um amor livre, um amor com confiança, um amor com parceria, um amor com doação, um amor que abre mão, que dialoga, que respeita silêncios. Quando descobri que me amava acima de tudo, pude dividir meu sentimento mais nobre com alguém que eu realmente achava que merecia. Assim tem sido até hoje. Nove anos depois, com um casamento, duas cachorras e dois filhos. 

Tudo isso para contar que hoje, na fila do caixa do mercado, escutei uma conversa que me fez pensar sobre o quanto cada um emana uma energia acerca do amor. Como cada experiência, cada vivência pode te transformar positiva ou negativamente, dependendo de sua maneira de enxergar a vida. 

Eram duas moças pouco mais velhas que eu. Conversavam sobre relacionamentos. Uma delas disse que já tinha sofrido muito e que, com o novo namorado, fazia ele “andar na linha”. Exigia jóias caras e bons presentes. Seu argumento: “se não der certo novamente, pelo menos tenho garantido parte do meu pé de meia.”

Não consegui não julgar, infelizmente. Esta é uma missão dificílima. Senti pena por ela. Pelas mulheres. Pelos homens. Pelo mundo. Por todo oportunismo envolvido por trás de sentimentos tão genuínos. Pela falta de simplicidade. Pelas pessoas que se casam por interesse. Por tantos relacionamentos fadados ao desgaste. Pelo egoísmo latente. Pela falta de percepção. 

Meu pai sempre me diz que, para medir nossa relação de satisfação com nosso casamento, basta que ao final do dia prestemos atenção ao sentimento que nos invade por saber que estamos voltando para o nosso lar. Se um quentinho no coração acontecer, é porque estamos no caminhar certo da vida. 

Tantos querem um amor, mas cuidam tão pouco dele… 

Tantos dizem querer um amor, mas só pensam que “se nos separarmos, pelo menos terei uma mesada gorda e garantirei meu futuro pela pensão dos meus filhos”

Pois hoje eu desejo que as pessoas experimentem a alegria de sentarem juntos, em família, para estar presentes na brincadeira com seus filhos. Ou que experimentem a alegria de descobrir algo que ama fazer por si mesmo. E que descubra uma capacidade infinita para que não precise elaborar planos em uma relação para “se sair bem”. 

A quem pensa assim, eu desejo que um dia encontre o amor verdadeiro. Desses que, se falta grana para grandes feitos, que um sorvete na praça olhando o pôr do sol seja tão inesquecível e VIVO quanto estar em um grande lugar cheio de glamour e frieza no trato. 

Chega de amores gélidos. Merecemos um amor quentinho e aconchegante. 💕

Meu beijo, 

L. 

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