Atibaia, 21 de março de 2016.
Ouvindo Músicas de Relaxamento
Amanhã, meus pequenos fazem mês-versários. O Beni, 1 ano e 8 meses. O Guel, 1 mês.
Neste primeiro mês efetivo sendo mãe de dois filhos, tanta coisa já saiu do script. Não imaginei que tanta ajuda seria necessária; agradeço a Deus e ao meu marido todos os dias por estar morando perto da minha família. Meus pais têm sido fundamentais para que este período difícil do início de um bebê em casa seja o mais tranquilo possível para o Beni, que obviamente exigiria mais atenção.
E… atenção esta que – graças a Deus – não se deu por causa do ciúme do irmão. Surpreendentemente, meu Pequeno tem sido muito carinhoso e cauteloso com o Pequenino. Acaricia e beija Miguel com um amor lindo de presenciar.
A parte mais difícil de ter tido outra cesárea foi não conseguir carregar o Beni no colo todo este tempo. Foi quase traumático ver a carinha dele me solicitando e sem entender que eu ainda só podia carregá-lo sentada. Mas, como diz o ditado, “não há mal que perdure”. Hoje foi dia de voltar a esmagar meu filho mais velho. Que delícia!! Que prazer!! Apesar da desconfiança dele, hoje tivemos um recomeço; espero que ele sinta todo meu amor e bem querer de novo, como sempre foi, mesmo neste mês em que tantas coisas aconteceram.
Além disso, muitas das minhas questões vieram a tona. Medo de não conseguir dar conta, culpa por ter que dividir minha atenção, culpa por falar NÃO inúmeras vezes a Benício e auto questionamento até sobre a amamentação: por quê consegui amamentar Guel e Beni não? Quantas pirações!
Com tudo isso, há duas semanas passei noites difíceis. Eu e toda nossa família.
O esgotamento emocional ficou tamanho que parece que as energias cessaram. De repente, com muitos sinais e anjos em forma de humanos presentes, pude perceber o quanto estes sentimentos de angústia e culpa estavam fazendo mal para Beni, que como uma esponja capta tudo automaticamente.
E tudo que hoje eu mais quero é me livrar de todas essas culpas, esses questionamentos, essas indagações. Preciso entender e absorver que tenho me doado de corpo e alma por esta família que eu tanto amo. Preciso parar de tentar ser perfeita. Preciso saber lidar com o fato de que, impreterivelmente, vez ou outra, um de meus dois filhos terá que continuar chorando porque só conseguirei acudir um de cada vez por um tempo. E que isso é natural, todas as mães de mais de um passam por esta fase.
Quero jamais me esquecer da sensação de paz e proteção que sinto ao estar com meus meninos. O quanto temos tanto a viver juntos e o quanto realmente viver um dia – e uma noite – de cada vez se faz necessário para não se enlouquecer nesta fase.
E que, ao escrever, eu leia e releia quantas vezes preciso para que a fluidez se torne um hábito, para que a paz sempre reine e para que minha auto-cobrança cesse definitivamente, já que sou apenas um ser humano dando seu melhor (e que esteja plenamente consciente disso). E que eu me perdoe por tamanha sensibilidade exacerbada; tem dias que um pouco de racionalidade até cairia bem.
Que os Anjos digam Amém.
Vida longa a nossa família e aos meus meninos.
Com amor,
L.