Atibaia, 31 de agosto de 2016.
Ouvindo Marisa Monte – Várias
Em junho tive meu último surto. Eu me lembro que tinha sido uma semana especialmente desgastante e de maior saudade do meu marido, que chegou em casa mais tarde todos os dias, além do Beni ter ficado em casa a semana por conta de um resfriado mais forte. Naquele dia, eu queria sumir, desaparecer! Queria minha liberdade, queria me esquecer que sou mãe para a vida toda, queria não ter largado meu emprego para me tornar apenas mãe, esposa e ‘do lar’. Eu queria ter direito ao desequilíbrio, queria tomar um porre e dançar como se não houvesse amanhã. Queria sustentar a casa só para acabar com aquele sentimento de autopiedade. Queria não ser bom exemplo. Queria conseguir dormir uma noite inteira para voltar a ter sanidade mental. Foi um dia realmente ruim. Mandei um e-mail malcriado para o Luiz. Eu não me lembrei e nem quis orar. Naquele dia, não acreditava na força e no poder da oração, dos mantras, do controle da mente e da meditação. Naquele dia, não queria ser eu. Durou 24 horas. Um mau humor do cão, onde me vitimizei pelos mais diversos motivos. Era declarado. Eu precisava dele. Eu precisava sentir aquilo. Precisava, simplesmente.
Meu padrão vibratório estava no lixo. A minha ingratidão era nítida e vergonhosa. Não importa, todos nós temos um lado B. Quando o meu chega, especialmente se vem com uma força e um grito de BASTA para algumas coisas que não toleramos mais, permito que se manifeste. As consequências eu assumo depois.
Apesar de ter sido um dia denso, trouxe realmente indagações pertinentes e, com calma posterior, novos caminhos e a luz.
Depois desta queda energética, vieram: tosse, dor de ouvido, dor de garganta. Enquanto não coloquei pra fora tudo engasgado, não houve remédio que ajudasse.
Osho me ensinou: “Ficar louco de vez em quando é necessidade básica para permanecer são”.
Eu acredito e dou fé a minha loucura. Ela nunca é em vão.
Depois de se apresentar e ir embora deixando suas marcas positivas, um pedido de desculpas por um possível exagero mas trazendo luz ao lixo que estava sob o tapete e precisava ser removido para dar lugar a novas e boas energias, senti-me em paz novamente.
Voltei a enxergar a beleza em ser mãe, ser esposa, ser dona de casa. A beleza no estar presente com meus pequenos, da forma que sempre sonhei – sonhamos! – e traçando objetivos individuais que me trarão novamente e com mais amor e gratidão a beleza de fazer o melhor pela sociedade quando voltar a trabalhar em outra empresa que não meu lar.
Certos surtos são salvação!
Meu beijo,
L.