26 de janeiro de 2017
Ouvindo a trilha sonora do filme APAIXONANTE “La La Land”
Existem muitas pautas em minha cabeça, mas anda difícil colocar tudo no “papel”. É que sempre que eu formulo o texto mentalmente, ele tem um aspecto diferente, ênfases aqui e ali. Eu gosto de sentar e escrever, pura e simplesmente. É como se eu fosse tomada por alguma energia que movesse os dedos em minhas mãos. E sempre foi assim. Eu escrevo, escrevo, escrevo, publico e depois de ler publicado, edito e faço a revisão. É como se assim eu conseguisse ser o mais fiel possível ao meu pensamento. Sabe quando você começa a falar mas de repente não se dá conta de tudo que está dizendo? É mais ou menos assim.
Em minha vida, sempre tentei ser uma pessoa mais calma e tranquila e meu melhor cenário para conseguir este feito é estando sozinha. Eu AMO a solitude. Sou completamente apaixonada pelo silêncio. Para muitos, isso é sinônimo de angústia. Pra mim, isso é sinônimo de paz. Sempre achei meu marido super ansioso e acelerado; o Lu é puro movimento, não vive sem música, som e às vezes precisamos entrar em acordo sobre o que ouvir para não ser tão perturbador pra mim. Eu vivo dizendo que ele precisa meditar para acalmar a mente, silenciar. Ao mesmo tempo, nunca vi uma pessoa com maior inteligência emocional que ele. Ele se sai bem na grande maioria das situações, usa o jogo de palavras a seu favor e consegue de uma forma invejável pensar e falar de maneira certeira para sair de uma situação constrangedora sem se alterar.
Já eu, não. Não sei disfarçar. Eu costumo não entrar em uma briga se eu sei que me alterarei, mas meu rosto… ah, meu rosto! Este me entrega. Então, considero nós dois uma dupla complementar. Cada um tentando aprender um pouquinho com o jeito do outro.
É isso que eu aprecio quando vejo um casal. Reparar que, apesar das diferenças, existe um esforço mútuo para resolver qualquer coisa que possa incomodar. Escrevendo aqui e agora, percebo o quanto preciso parar de falar pra ele meditar. Sou eu quem preciso aprender a observá-lo melhor nas situações de conflito – tenho muito a aprender com ele.
Penso em nossa relação e no quanto as diferenças fazem bem. Eu me lembro de todas as pessoas que dizem que eu preciso voltar a trabalhar para “ter a minha reserva caso eu me separe no futuro”. Sim, essas pessoas me dizem isso. Elas não dizem pra eu retornar ao trabalho porque se preocupam com meu isolamento social ou porque seria uma boa maneira de renovar networking ou porque pode não ser saudável apenas ficar em casa trabalhando e cuidando dos meus tesouros mais preciosos. Não. O argumento é: “Pode não dar mais certo no futuro”.
Eu não perco meu tempo dizendo que isso sequer passa pela minha cabeça porque sei que logo virá o restante de um discurso chato e pessimista sobre o amor.
E eu fico chocada com o quanto as pessoas não acreditam mais no amor. Na doação. No ceder. Sei que as situações mudam. Nós nos transformamos. E eu acredito que quando não existem mais sonhos compartilhados ou respeito no casamento ou em qualquer relação, existe uma grande possibilidade de fracasso. Mas pensar no possível término de um amor assim, por pensar, isso é demais para minha cabeça sonhadora e otimista.
Eu acredito no amor. Eu amo amar.
Neste mundo tão pra baixo em que vivemos, tenho como missão registrar – ainda que mentalmente – um motivo diário para agradecer (ao menos um). Isso me força a olhar as coisas por outro ângulo. Força-me a prestar mais atenção. A estar mais presente. Se não for assim, sempre vamos achar que um dia é como o outro e nos sentiremos mal, como se nada de bom nos acontecesse. {sim ou não?}
Eu desejo esperança para a humanidade. Se ainda não dá pra ter esperança global, numa política mais justa ou em melhores condições de vida, que tenhamos esperanças menores. Esperança que será um dia ensolarado ou um céu cheio de estrelas naquela ocasião especial. Esperança que você vai receber uma mensagem que fará bem ao seu coração. Esperança que aquele teste de gravidez dará positivo. Esperança que aquela promoção vai sair. Esperança que você não vai perder o metrô ou ônibus pra casa e chegará a tempo de ver as crianças acordadas. Esperança que sua apresentação será um sucesso. Esperança de dias melhores. Esperança na vida. E especialmente, esperança no amor como solução. Romântica assumida e escrachada como sou, esperava qual outra vindo de minha parte?
“Façamos… vamos amar!”
{Sem pensar na separação, por favor!}
Meu beijo,
L.