Atibaia, 2 de dezembro de 2018.
Ouvindo “Céu Azul” – Chorão
“Alguém te perguntou como é que foi seu dia?” – foi depois de ouvir esta frase da música do Chorão que me deu um estalo para falar sobre este assunto no blog.
Esta foi nossa 8ª mudança desde 2009 – quando compramos nosso apartamento em São Paulo. Como aquele nosso espaço era maravilhoso! Cheio de amor, descobertas, encaixes… aprendemos tanto ali. Nossa primeira experiência saindo da casa de nossos pais, sendo 100% responsáveis por tudo – casa, comida, roupa lavada, contas pagas. Enfrentamos juntos o desemprego do Lu 2 meses depois de termos comprado o apartamento; o meu, 10 meses depois. Nos fortalecemos. Renovamos nossa fé.
Desde este nosso primeiro ‘perrengue’, Deusinho nos mostrou que jamais nos desampararia. Tudo que inicialmente pareceu algo muito difícil, se transformou em possibilidades únicas e sempre melhores.
Veio Bragança, abrindo caminho para aprendermos tanto sobre o complexo mercado do empreendedorismo brasileiro.
Veio o retorno a Atibaia, para o reencontro com o eixo e a chegada de Beni.
Veio São Paulo, na experiência mais rápida de todos os tempos – só pra gente descobrir a chegada do Mimi.
Veio a volta para Atibaia – casa 1, casa 2 e então, a casa 3.
A exclamação começou a vir de muitos: “mas como vocês se mudam!”
Vocês não me perguntaram, mas eu vou responder mesmo assim. Para cada mudança, uma nova forma de viver. De pulsar. De tentar. De errar. De amadurecer. De amar. De aprender. Já escrevi isso inúmeras vezes e vou repetir: se tem um legado incrível do meu relacionamento com o Lu, foi a de que não podemos ter preguiça de sermos felizes. E nós não temos.
Dia desses falávamos sobre nossas personalidades e o quanto somos diferentes em tantos aspectos… eu, que sempre fui tão grata à tudo, e ele, que sempre pensa ali na frente, em nossas possibilidades. Dialogávamos sobre o quanto a minha gratidão poderia estar atrelada à minha dificuldade em ser um pouco mais ambiciosa, e o quanto a ambição dele o impedia de muitas vezes ser grato pelo momento presente. Não chegamos a conclusão alguma de quem está certo ou quem está errado, mas foi um diálogo interessante e profundo. Agradeci por aquele momento… há muito não conseguíamos um tempo nosso para conseguir abordar este tipo de assunto que antes de Beni e Mimi era nosso passatempo favorito.
Acho que vivemos juntos para nos equilibrar. Yin Yang. Arroz e Feijão. Preto e branco.
Quanto aos que me disseram “que eu não sossego, que só mudo”, da próxima vez, experimente uma das perguntas:
– Por que vocês precisaram se mudar de novo? ou
– Precisa de ajuda com os meninos para concluir a mudança? ou
– Posso preparar um almoço fresquinho pra vocês?
Eu te garanto que apesar de ter sempre sido para melhor, nem sempre foi uma opção nossa querer mudar. Acreditem: colocar a vida em caixas não é algo que seja a nossa atividade favorita.
Mas quando isso é visto com empatia, fica melhor. 🙂
Neste final de domingo, meu desejo é que todos vocês consigam viver um amor baseado no respeito, em verdade, em torcida e em individualidade. Entender quem somos é fator chave para que nossa essência não seja perdida. Quando aceitamos compartilhar a vida com alguém que chega para ajudar em nosso caminho evolutivo, só vale se for para somar.
Se não, pode ter certeza que você é capaz de dar conta do recado… 🙂
Meu beijo,
L.
PS: by the way, a casinha está ficando linda!