Eu e ele.

Atibaia, 29 de março de 2019.

Ouvindo “I Better Try” – Cristina Valentina

{Como amo essa música}

Sempre que as coisas não andam lá muito bem, confusas aqui dentro, eu tento resgatar minha própria história. Me sinto extremamente feliz por ter feito registros fieis aos acontecimentos ao longo desses anos. São minhas próprias memórias… que me ajudam tanto em momentos de desconforto ou quando preciso encontrar respostas. Elas só me relembram o que já está aqui, dentro do coração – mas são meu próprio instrumento de reencontro comigo mesma.

A história de hoje eu escrevi tempos atrás e ano passado, perto do dia dos namorados, tornei pública. Faltava deixar registrada aqui, pra reler e reviver sempre que se fizer necessário.

Nossa história. Tantas lembranças, ainda vivas. Recordar é viver! ❤

24 de agosto de 2007.

Era uma sexta-feira. Eu me recuperava de uma grande decepção amorosa. Tive muitos anjos à minha volta, que foram fundamentais para que todo o processo doloroso acabasse rápido. No início do mês de agosto, eu dei fim a muitos sonhos, deixei muita coisa para trás. Engraçado pensar que a coragem me faltou por diversas vezes, mas de repente, ela chegou. E eu finalmente coloquei um fim naquele ciclo. 
Vivia meus dias cuidando exclusivamente de mim, focada no meu trabalho, curtindo minha família e aos poucos renovava minhas amizades, verdadeiros anjos enviados por Deus para trazer uma alegria deliciosa, que há muito não sentia.

O relógio batia 17h30. O dia estava meio nublado. Tinha acabado de sair do trabalho e, ao invés de ir pra casa, algo me impulsionou a passar no que era na época o ‘Bar do Gaúcho’; adorava ir lá bater papo com minha amiga-prima Débora e tomar uma Malzbier. Ela já tinha me falado que para ajudar a espantar o baixo astral, eu tinha que conhecer o primo dela, Luiz, que era uma pessoa hiper simpática e divertida. Não existia nenhuma conotação romântica, eu não esperava nada, ele seria apenas uma pessoa que me faria sorrir. Pra quem não esperava nada da vida, alguém que faz a gente sorrir é no mínimo algo que não se deve jogar fora, não é mesmo?

Pois bem. Estacionei o carro. E tive “a visão”. Minhas pernas tremeram, meu coração disparou. Jamais me esquecerei daquele momento, daquele instante em que o destino fez nossos caminhos se cruzarem. Diante de tantas possibilidades, de tantos acontecimentos, éramos eu e ele chegando no mesmo local, na mesma hora. E, dentro do bar, nos apresentamos. E combinamos de nos ver mais tarde, lá mesmo.

Cheguei em casa com uma sensação deliciosa. Seria um encontro? 
A noite chegou. Fomos eu e mais duas colegas que tínhamos em comum para lá. E que desastre! Luiz chegou “alegrinho”, não dava uma bola dentro, falava mais que papagaio e eu pensei: “Nossa, socorro!”. Ele ria de mim porque eu não falava nada:

(ele) – O gato comeu sua língua? 
(eu, pensando…) – Nossa, quantos anos ele tem mesmo para falar assim comigo? Continuei calada.

E parecia que o interesse tinha ido por água abaixo. Eu iria para a praia naquele final de semana; mesmo o achando inconveniente, convidei para ir. 
Ele disse ‘não’. E eu fui.

Antes de ir embora, ele, já bêbado a esta altura, me disse:

– Eu ainda te laço.

(eu, pensando de novo…) Oi? “Me laça?” Socorro!
– Tá, tá – respondi, meio impaciente.

Eu tinha 21. Ele acabava de completar 27. 
E eu não entendia o que estava acontecendo dentro de mim…

(continua…)

26 de agosto de 2007.

E no sábado, eu fui pra praia. Só eu e uma amiga. E lá, eu ficava pensando, pensando, pensando… e estava agoniada imaginando que estava perdendo tempo, que eu o tinha achado um chato, mas um chato encantador. : ) 
E então, no domingo, decidimos voltar mais cedo. Eu queria encontrá-lo de qualquer jeito. 
E assim, chegamos em Atibaia por volta de 17h00. Passamos no Gaúcho de novo, imaginando que ele pudesse estar lá. E estava… indo embora! 
Ele me contou que era jornalista e que estava de férias, mas precisava voltar a São Paulo para uma reunião do que seria a estreia do canal “Record News”. Perguntou como tinha sido na praia e não me deu perspectivas de quando nos veríamos.

– Sou escravo branco – dizia ele.

Atravessou a rua, comprou revistas e jornais, voltou e se despediu. 
Foi o abraço mais longo e gostoso da minha vida.

Precisava me conectar a ele de alguma forma; o orkut me ajudou. 
Lá, eu consegui o e-mail dele. E lá fui eu:

“Tem poucas pessoas que me encantam tanto… é engraçado ficar pensando nisso… mas senti uma coisa muito boa quando olhei pra você…
Acho que isso não deve ficar guardado pra gente… se há possibilidade de fazer alguém feliz, seja com um elogio, ou com alguma palavra positiva, temos que fazer MESMO. Sou muito adepta a isso…
Eu e a Dé estávamos conversando e eu comentei que se eu pudesse te descrever em uma palavra, ela seria “encantador”. Vai ser legal se surgir uma chance da gente se encontrar de novo… pra conversarmos… 
Você à primeira vista me pareceu ser muito do BEM…
E eu não levei nem 7 minutos pra descobrir isso… rs…
A vida é muito engraçada…………
Ótima semana pra você!!
Um beijo,
Li”

Não tive resposta. Quase um mês depois, descobri que ele não usava este e-mail.
E assim, começava a ser escrita a nossa história… (continua…)

Na segunda-feira eu resolvi adicioná-lo no que era o “point da rede social” na época: o orkut. Já tinha feito alguma investigação e arrisquei. E então, eis que chega a mensagem: “Luiz B. aceitou o convite para participar da sua rede de amigos”.

É engraçado como no primeiro estágio da paixão as coisas são tão intensificadas… cada mínimo detalhe era um êxtase! E eu passei do drama ao alto astral assim, como mágica! Ninguém acreditava naquele milagre.

E rabisquei na agenda:

“Tem dias que a gente acorda com uma súbita vontade de que tudo na vida dê certo, e com um otimismo incrível. É assim que me sinto hoje, tão, tão bem! Depois de um final de semana tão gostoso e relaxante, que me trouxe tantas sensações gostosas… ‘borboletas no estômago’. As coisas acontecem mesmo antes que a gente imagina, e isso é maravilhoso! Quando a gente se permite, abre portas para várias coisas legais acontecerem. Me sinto feliz por isso. Ser feliz é tudo que merecemos. Vamos com fé que tudo dá certo!”

E foi por esta foto que eu me apaixonei, perdidamente…

A esta altura do campeonato, não tinha mais jeito. Eu já nem queria disfarçar o tamanho do meu encantamento por ele. Era como um ímã, um sentimento que invade todo o corpo, cada parte de seu ser. Saber que ele existia me bastava. Pensar na alegria e contentamento que ele me causava já era suficiente. 
Sim, porque só eu, lunática e apaixonada em pessoa, pra achar que dois encontros que duraram juntos menos de 3 horas poderiam resultar em algo a mais que um amor platônico! E resultou.

De novo, lá fui eu. Consegui o e-mail certo dele. E o adicionei no messenger, famoso programa de mensagens instantâneas que hoje deu lugar ao Skype. Ele aceitou. E no dia 30 de agosto, 1 semana depois de tê-lo visto pela primeira vez e ter sentido meu coração vibrar muito, trocamos algumas palavras…

Lillian diz:
Querido! 
Luiz Fernando diz:
Linda!!!
Luiz Fernando diz:
Tudo bem?
Lillian diz:
Tudo Lu, não quero te atrapalhar…
Lillian diz:
Sei que está corrido aí.
Luiz Fernando diz:
Risos
Luiz Fernando diz:
Um pouquinho
Luiz Fernando diz:
Só queria te fazer uma pergunta. Posso?
Lillian diz:
Pode, claro!
Luiz Fernando diz:
Onde você achou esse sorriso, hein?
Luiz Fernando diz:
Meu Deus!
Luiz Fernando diz:
Risos…
Lillian diz:
Foi só olhar pra vc! 🙂
(…)

E depois deste dia, era só ver a plaquinha – “Luiz Fernando – AO VIVO!” acabou de entrar – que o
coração começava novamente o seu descompasso. O seu delicioso descompasso…

(Continua…)

Domingo, 30 de agosto.

Um domingo despretensioso. A esta altura do campeonato, nem gostava dos finais-de-semana, porque normalmente conseguia falar com ele de segunda a sexta. Estava na casa da minha irmã almoçando, quando de repente, meu telefone tocou. Um número estranho. Pensei em não atender, como faço sempre com números desconhecidos. Mas veio o sexto sentido e apertei o botão verde ao invés do vermelho.

– Alô! 
– Alô, Lili? Tudo bem?
– Quem fala?
– É o Luiz, primo da Dé. 
– Oiiiiii, tudo bem? Nossa, que surpresa. 
– Pois é, te atrapalho?
– Não, estou na minha irmã curtindo a família. 
– Que bacana! Liguei pra ouvir sua voz… tinha esquecido como era. 
(eu, roxa do outro lado da linha)
– Que fofo! 
– Também liguei pra saber outra coisa, você estará em Atibaia no feriado? 
– Não sei ainda, estava planejando ir pra praia. Por quê?
– Talvez eu folgue. Queria saber se estaria aí pra nos vermos. 
– Jura? Que bacana! Te confirmo durante a semana, pode ser? 
– Claro, pode ser sim. Nos falamos. 
– Então tá bom, Lu. Bom domingo! 
– Obrigada, linda. Pra você também. Um beijão. 
– Outro pra você.

A minha ideia era pela primeira vez na vida curtir uma viagem SOLTEIRA com os amigos. Nunca tinha vivenciado isso. Estava tudo certo com o aluguel de uma casa em Ubatuba, íamos em 10 ou 12 pessoas. Eu realmente estava querendo curtir coisas novas, me permitir novas aventuras, novas sensações… e de repente, o inesperado aconteceu. Ele me ligou. O coração balançou. E eu já tinha decidido: cancelaria tudo pela simples possibilidade de poder encontrá-lo de novo. E cancelei minha viagem, sem pensar.

Minha imaginação me levou longe, e eu passei o resto do domingo sonhando acordada.

De 3 a 05 de setembro.

Depois daquele domingo em que resolvi cancelar toda a viagem que faria com meus amigos durante o feriado, mesmo sem certeza de nada, não cabia mais em mim mesma. Chegava no trabalho, tentava me concentrar, mas não parava de pensar no desejo de que aquele bendito dia 06 de setembro chegasse logo para ter certeza de que teria a chance de encontrá-lo e tentar – enfim – conversar pessoalmente por mais de 3 horas seguidas.

Era uma ansiedade, misturada com alegria, com êxtase, com loucura. Era tudo novo de novo, muito prematuro, mas me preenchia de tal forma que eu sequer pensava na possibilidade de sofrer, e sequer tinha expectativas de que aquilo viraria qualquer coisa a mais. Aquele novo sentimento me dava vontade de viver, me fez enxergar beleza nas coisas mais simples, na borboleta que vez ou outra posava em meus ombros ou no arco-íris que se formava depois da chuva. Por aquele menino lindo e chatinho, eu estava achando novas cores em minha vida. Ele foi o instrumento. E eu passei a me olhar com outros olhos.

Durante esta semana toda, a música da vez foi:

“Ando meio desligada
Eu nem sinto meus pés no chão
Olho e não vejo nada
Eu só penso se você me quer
Eu nem vejo a hora de lhe dizer
Aquilo tudo que eu decorei
E depois o beijo que eu já sonhei
Você vai sentir, mas
Por favor, não leve a mal
Eu só quero que você me queira
Não leve a mal”

E hoje, quando lembro disso tudo, mesmo depois de quase onze anos, ainda sinto vontade de suspirar e de reviver absolutamente tudo de novo. Sem cortes, sem edições. Versão completa.

E a frase da vez foi: “Quando tudo nos parece dar errado, acontecem coisas boas que não teriam acontecido se tudo tivesse dado certo”. O Google mostra a autoria de Renato Russo.

Que os errados da vida sempre nos levem a grandes coisas boas e inesquecíveis! : )

(Continua…)

E então, finalmente chegou o dia 06 de setembro. Trabalhei normalmente naquela quinta-feira e o dia todo esperei ele entrar no Messenger – em vão. Durante a semana, ele já tinha me avisado que realmente viria, apenas não sabia se na quinta (06) ou na sexta (7). Estava feliz porque teria a oportunidade de folgar no feriado, antes de efetivamente começar a trabalhar na Record News.

Lembro da empolgação dele ao falar que se sentia feliz em participar da inauguração de um novo canal… o jornalismo sempre fez o coração dele vibrar.

Saí do Yázigi e nem sinal de fumaça. De repente tocou meu telefone: era a Paula, minha amiga e ex cunhada que estava me dando a maior força para que tudo desse certo; ela me disse que há pouco tempo havia falado com ele e que ele confirmou que estava vindo e que ela estava combinando de ir no PUB com a turma – incluindo ele.

Na época, sempre que vinha pra Atibaia o Lu encontrava com a Pá e outros amigos, então, foi muito bom este ponto para me ajudar com informações privilegiadas (rs).

Me arrumei e fui para o PUB. Esperei, esperei, esperei. E nada. 
Como ele não tinha me ligado (ô menino difícil) a minha estratégia era encontrá-lo ‘por acaso’. De repente, toca meu telefone de novo:

“Li, o Lu já está em Atibaia, mas ele desanimou de ir ao PUB. Está lá no bar da Dé.”

Era a Pá de novo me atualizando sobre o paradeiro do Lu. 
Saí do PUB, estacionei o carro, entrei no bar. Pedi a Malzbier minha de cada dia e sentei na mesa. A Dé apareceu e me disse:

– Li, você não acredita quem está aqui! O Lu! Ele está lá dentro jogando com o Bi.

Eu (fingindo cara de paisagem)
– Nossa Dé, que coincidência!

Quando eu olhei pra ele, todo faceiro vestido a la ‘férias’, afe maria. Coração parou na boca, a mão gelou e a eu comecei a rir. E rir. E rir. Pra falar a verdade tudo que eu lembro é que de novo o abraço dele foi a coisa mais deliciosa do mundo de sentir. Não lembro o que falamos naquela noite – eu só conseguia olhar para o brilho nos olhos dele. Aquela felicidade escancarada, as piadas que naquele dia fizeram sentido. Depois de falarmos sobre assuntos que eu não lembro, as duas últimas coisas que eu me lembro é que nos beijamos e o mundo parou. E que naquela noite, antes de nos despedir, dançamos forró e “Dona da minha cabeça” virou nossa primeira música.

Na hora de ir embora, ele me disse “até amanhã”.

Fui pra casa e nem consegui dormir direito. Lembro de ter acordado no dia seguinte e queria logo que chegasse a noite. No dia 7 sim iríamos ao PUB com a ‘turma toda’.

De tarde ele me ligou. Disse para irmos juntos ao bar e perguntou onde eu morava. Chegou em casa à noite, e eu me lembro que eu ficava pensando: “beijo na boca ou no rosto?”

Rs… era muito engraçado depois de tanto tempo sentir essa sensação de novo. A paixão é mesmo deliciosa!

Ele chegou e claro que nos beijamos. Em seguida, de novo colocou um forró pra dançarmos na rua. Lembro que a lua estava linda aquela noite!

Chegamos ao PUB e não nos desgrudamos. Não lembro o nome da banda mas me lembro que eles tocavam jazz e fizeram a versão incrível de “September”. Nós dois dançávamos como se ninguém estivesse olhando e eu não acreditava que era possível me sentir assim com alguém que eu tinha “acabado de conhecer”.

Fomos embora e ficamos em casa conversando sobre devaneios, falando bobagens… estava com frio e com fome e eu me lembro que ele foi até o Gel comprar um lanche pra gente. Quando chegou lá encontrou a ‘turma’ e todos ficaram zoando ele sobre estar comigo.

É que ele sempre disse que evitava ficar com meninas mais novas e que não eram de São Paulo – rs.

No dia seguinte, passamos o dia juntos novamente. Fomos ao churrasco de um amigo onde tiramos nossa primeira foto e quando chegou à noite, apesar de ainda ser sábado, parecia que eu sabia que aquele conto de fadas estava prestes a acabar e deu até uma dorzinha no coração. A companhia dele era tão maravilhosa, ele me fazia rir o tempo todo e pra falar a verdade eu estava era muito apaixonada!

Domingo a despedida foi dose. Ele já havia me alertado sobre as dificuldades da profissão dele com horários, plantões, enfim. Por começar a trabalhar na segunda-feira, foi embora cedo para estudar e se preparar para o recomeço.

Já me adiantou que não sabia o quanto estaria presente no Messenger e que talvez fosse mais fácil trocarmos e-mails. Demos um longo abraço e ele foi embora.

A primeira coisa que eu fiz quando entrei em casa foi escrever pra ele (rs). Queria agradecer pelos momentos, deixar guardadas em palavras o bem que ele havia me proporcionado aqueles dias, comecei a falar sobre a celebração do meu aniversário no final de semana seguinte e eu me lembro bem que o e-mail de resposta dele veio para me mostrar suas “palavras duras em voz de veludo”.

“Antes de saber o que fazer na próxima semana, pense um pouco sobre o que fazer agora(…)”

Foi forte. O fato de eu ter terminado um namoro de 7 anos há apenas 15 dias o deixou inseguro sobre esse envolvimento. O fato é que a coragem havia chegado 15 dias antes – como prevendo que era chegada a hora de parar de sofrer para aceitar os presentes da vida – mas ele não estava convencido.

Durante todo processo de ‘luto’ do meu relacionamento anterior, foi muito difícil, mas eu finalmente havia aprendido a me amar em primeiro lugar.

E naquele e-mail, não havia gostado ‘nada, nada’ do tom. Só pude escrever de volta e novamente agradecer pelos incríveis momentos que ele havia me proporcionado, mas que se tudo que eu demonstrei e senti não tivesse sido o suficiente para deixá-lo seguro, era bem provável que não houvesse mais nada a fazer. E que eu deveria estar sendo uma péssima interlocutora por ele entender coisas tão diferentes de toda transparência que eu estava demonstrando.

E depois de um feriado sensacional, eu realmente comecei a segunda-feira com um choque de realidade. Mas com o coração cheio de gratidão por ter sentido tantas coisas boas e por ter me fortalecido e me nutrido com aquele sentimento, além da grandiosidade incrível em saber que minha vibração estava melhorando… porque era alguém como ele que eu estava atraindo pra mim.

E foi isso. Agradeci e coloquei na minha cabeça que dali não aconteceria mais nada. Até que na quarta-feira…

(Continua…)

Depois daquele e-mail – que pra mim foi uma despedida – encarei a segunda e a terça-feira sem notícias do Marrento. Nenhum e-mail na caixa de entrada, nenhum SMS, nenhuma mensagem como ‘depoimento’ do orkut. Achei mesmo que tudo tinha acabado, mas como eu disse, ter experimentado sensações tão genuínas durante o feriado me abasteceu de uma forma incrível. Eu realmente estava aceitando que aquela tinha sido uma maneira do Universo elevar minha vibração e me mostrar que era possível permanecer assim.

Na quarta-feira, acordei com uma mensagem dele logo cedo: “Sonhei com você…”

Lembro de não ter dado muita bola. Achei que seria o velho papinho pra puxar assunto de sempre. Era dia 12 e eu só queria pensar em como celebrar meu aniversário.

Ele respondeu ao e-mail onde eu falava sobre as comemorações, mas disse que teria que trabalhar e que tentaria folga pelo menos um dia do final de semana.

Na madrugada do dia 14, dei um pulo na cama com uma ligação dele. Ele estava em um bar com o Sérgio Utsch e ligou só pra dizer que estava com saudades.

Lembro de terem sido dias corridos, quase sem interação. Na sexta-feira, fui celebrar a primeira parte dos meus 22 anos no PUB com amigos. Foi uma noite incrível!!

No sábado, eu estava no antigo Mimi com as amigas e de repente tocou meu telefone.

– Alô, Lilli? 
– Oi 
– É o Luizinho. 
– Oi Lulu, tudo bem? 
– Tudo sim. Onde você está? 
– Ah, estou aqui no Mimi com as meninas. E você, trabalhando? 
– Sim, sim. Falamos mais tarde, então? 
– Claro, pode ser! 
– Um beijo! 
– Beijo!

15 minutos depois, ele me ligou de novo.

– Lilli? 
– Oi, Lulu! 
– Vem aqui do outro lado da rua.

Ele estava lá. Apareceu de surpresa… eu ia celebrar mais uma vez na casa do Leonardo Augusto Pinto Mariano com o pessoal. Chamei ele pra ir junto. E ele foi.

Lembro exatamente da cara dos meus amigos Leonardo Augusto Pinto MarianoRodolfo AtilioRafael Gehre CamargoRodrigo Hamati quando eu disse que levaria alguém.

– Pô Lillis, tem certeza? Não é muito cedo não? 
– Vixe, quero só ver qual é a desse cara.

Pois então, Lulu chegou chegando com aquele sorriso largo e abraço apertado pra todo mundo e dois minutos depois vi todos os meus amigos rindo junto com ele – rs…

No domingo, ele foi embora cedo. Era meu aniversário… ganhei um cartão LINDO dele. Dizia assim:

“Lillica, 
desejar apenas mais um ano de felicidade pra uma pessoa especial como você seria pequeno demais. 
Quero sua felicidade pro resto de toda sua vida de “Margarida”. Seu sorriso é contagiante e prova de que tem um astral único. É tudo muito recente. É tudo muito rápido. 
É tudo bom demais estar vivendo isso ao seu lado. 
É irreversível. 
Já me joguei nessa história louca e deliciosa. Não vejo a hora de ver no que vai dar. 
Muitos beijos, 
Te adoro, 
Luiz Fernando.”

Foi mesmo irreversível. 
Nos próximos dias, nos falávamos com muito mais frequência e assim, foi no meio de uma despretensiosa tarde de quinta-feira que recebi o e-mail que mudaria nossas vidas:

“Lilli, a cada palavra das suas mensagens fico mais e mais impressionado. De verdade, eu NUNCA achei alguém – independentemente de ser amizade ou não – que pensasse dessa maneira meio doida, mas que é a correta (rs) de pensar como eu.

Dizer tanta coisa importante por aqui é difícil. Sorriso, mordida, abraço, testa franzida ficam tudo pra trás. Mas você sabe muito bem se expressar. Pude compreender o que espera da nossa relação.

Como você mesma reconheceu, eu tinha um milhão de oportunidades. Decidi pela que me faz feliz, que me faz ter vontade de não desgrudar, que me consome a todo instante, que me trouxe o T de tesão. Só sei viver assim. Fazer o quê? O morno pra mim não serve. As pessoas “beges” são toleráveis. Suas cores e vibrações simplesmente me completam.

Margarida Campestre, quer namorar comigo? rsssss”

E assim, naquele 20 de setembro de 2007, começamos a namorar.

Que neste 12 de junho, mais que uma data comercial, seja uma data pra nós lembrarmos todos os motivos pelos quais escolhemos amar quem está ao nosso lado. Amar cura.

Meu beijo,
L.

2 comentários sobre “Eu e ele.

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