Atibaia, 8 de janeiro de 2020.
Ouvindo Orpheus – Sara Bareilles
Finalmente terminei de ler “A coragem de ser imperfeito”, de Brené Brown. Achei o livro fantástico… desses que não dá pra ler e deixar longe, sabe? Todos os dias vale dar aquela espiadinha e relembrar conceitos tão essenciais e que muitas vezes nos esquecemos.
Dois capítulos em especial mexeram com a minha sensibilidade.
- Compromisso perturbador: ousadia para reumanizar a educação e o trabalho
- Criando filhos plenos: ousando ser o adulto que você quer que seus filhos sejam
Ler estes dois capítulos me fizeram pensar no futuro de Beni e Mimi, em tudo que ainda viveremos juntos, em como buscar referências para apoiá-los. Sei que no fim das contas, o amor é sempre a melhor resposta, mas ainda assim, tento imaginar como será.
Dia desses Beni me perguntou o que é faculdade e se ele vai precisar fazer. Disse a ele que é importante, que ainda era cedo para pensar nisso, e disse que se ele primeiro decidir viajar o mundo antes de decidir o que ele quer realmente ser, tá tudo bem.
Falei pra ele internalizando pra mim mesma. Quero meus filhos livres, seguros de suas escolhas, bem estruturados para enfrentar desafios e dissabores e gratos o suficiente para reconhecer todo lado bom da vida e do viver.
Ao final do livro de Brene Brown, estava lá: manifesto pela criação de filhos plenos.
Reproduzo aqui, em forma de intenção, tudo que desejo para eles e para nossa relação como pais e filhos dentro de nossa estrutura familiar:
Acima de tudo, quero que você saiba que é amado e que tem a capacidade de amar. Você descobrirá isso por meio de minhas palavras e atitudes: as lições sobre o amor estão na maneira como eu o trato e como eu trato a mim mesma.
Quero que você se relacione com o mundo a partir de um sentimento de dignididade e de autovalorização. Você descobrirá que é digno de amor, aceitação e alegria todas as vezes que me vir praticando o amor-próprio e acolhendo minhas próprias imperfeições.
Nós praticaremos a coragem em nossa família ao nos mostrarmos, ao deixarmos quer nos vejam e ao valorizarmos a vulnerabilidade. Compartilharemos nossas histórias de fracasso e de vitória. Em nossa lar sempre haverá espaço para ambas.
Nós lhe ensinaremos a compaixão exercendo-a primeiro com nós mesmos, e então uns com os outros. Colocaremos e respeitaremos limites; valorizaremos o esforço, a esperança e a perseverança. Descanso e brincadeiras serão valores de família, assim como práticas de família.
Você aprenderá sobre responsabilidade e respeito ao me ver cometer erros e consertá-los, ao ver como peço o que preciso e falo sobre como me sinto. Quero que você conheça a alegria, para que juntos pratiquemos a gratidão.
Quero que você sinta a alegria, para que juntos aprendamos a ser vulneráveis.
Quando a incerteza e a escassez baterem à nossa porta, você será capaz de recorrer à ética que permeia nossa vida diária.
Juntos, choraremos e enfrentaremos o medo e a tristeza. Vou desejar livrá-lo da dor , mas em vez disso ficarei ao seu lado e lhe ensinarei como senti-la.
Nós vamos rir, cantar, dançar e criar juntos. Sempre teremos permissão para sermos nós mesmos um com o outro. Não importa o que aconteça, você sempre será aceito em nossa casa.
Quando iniciar sua jornada para ser uma pessoa plena, o maior presente que poderei dar a você é amar intensamente e viver com ousadia. Não irei ensiná-lo, amá-lo nem lhe mostrar as coisas de forma perfeita, mas eu me deixarei ser vista por você e sempre considerarei sagrado o dom de poder vê-lo verdadeira e profundamente.
Lindo demais! Vou enquadrar!

Meu beijo,
L.