Atibaia, 20 de abril de 2020.
Ouvindo “Forever”, de Ben Harper.
Há algum tempo, fiz uma “limpeza” no Facebook para evitar de ver postagens onde existia uma troca de farpas e desrespeito. Hoje, precisei fazer de novo. Não só no Facebook, mas em tudo.
Já ouvi pessoas dizendo que sou muito “alienada”. O fato é que ler certas coisas realmente ferem meu coração; por isso, tenho optado por escolher minhas boas notícias.
No whatsapp, a mesma coisa. Estou num período menos.
Saí dos grupos e estou tentando voltar a me reconectar com as pessoas por e-mail. É como se assim fosse o mesmo que voltar para as cartas manuscritas.
Nada pessoal, gente! Só mesmo uma tentativa de estar ainda mais conectada com as pessoas e não apenas repassar mensagens.
Ando com uma necessidade de voltar aos velhos hábitos.
Muito louco isso, né?
Duas coisas me trouxeram gatilhos mentais hoje.
A música do Chorão dizendo
“Alguém te perguntou como é que foi seu dia?
Uma palavra amiga, uma notícia boa
Isso faz falta no dia a dia
A gente nunca sabe quem são essas pessoas…”
foi uma delas. Fiquei me lembrando das deliciosas mensagens que recebi de gente querida sobre esse momento de vida enlouquecedor pra todo mundo.
Adoro quando a Tati me indica um novo e-book gratuito.
Ou quando diz que o último que leu valeu muito a pena.
Nossas trocas dia desses renderam uma lista no Spotify especialmente para a Lua.
Adoro as conversas profundas com a Isa e a Li.
Adoro quando minha irmã compartilha comigo tanta vulnerabilidade quanto eu. Sinto que essa quarentena tem nos aproximado, e tô tão feliz!
Adorei receber a partilha de poemas da Lie. E trocar e-mails com ela, que é uma grande amiga tão especial.
Adorei quando a Ju me passou o teste de personalidade que tinha minha cara e também quando dividiu comigo a dica de um livro pra ler com as crianças.
Adorei a Rafa e a Carol me fazendo rir na quarentena, e o grupo que a Mazí criou para falarmos sobre “maternidade real em tempos difíceis” – este segui para manter a sanidade mental.
A notícia de que minha sogra está doente de novo mexeu conosco. Dá uma urgência de aproveitar cada vez mais a família, o momento, a presença. Dá ainda mais saudade de abraços, de afeto, de carinho. Ainda mais contade de viver o hoje, o agora.
Mas também nos lembra que absolutamente nada está sob nosso controle. Lidar com isso tem isso minha maior lição nesses dias… Criei um instagram chamado @luz.e.sombras só para meus devaneios destes tempos sombrios.
Bem, voltando ao que me trouxe gatilhos mentais, além da música do Chorão, vi o título desta postagem em um artigo da Vida Simples: “não esconda seu medo”.
Nesta quarentena eu venho aprendendo a nomear o que eu estou sentindo. Entender a vida que pulsa em meus poros… medo de perder quem eu amo? Medo de que nada volte a ser como antes? Raiva por esta situação? Tristeza por tantos motivos? Alegria por ter o privilégio de estar protegida e com saúde em casa? Surpresa por conseguir acompanhar tantas novidades dos meus pequenos?
Cada dia é um dia. A cada 24 horas, uma avalanche emocional toma conta de mim e este desassossego provavelmente é a causa por eu estar com o ciclo menstrual 1 semana mais curto. E essa oscilação hormonal também tem me custado muito!
Bem, estamos aqui para viver… a hora é agora!
Com amor, com dor, com medo, com alegria, como for… sempre em gratidão!
“Mãos em prece” e um respeito e honra absoluta por mim mesma.
Meu beijo,
L.