Atibaia, 19 de abril de 2021.

Ouvindo Vento no Litoral, de Legião

Oi sogrinhos,

espero que vocês estejam bem por aí, que já estejam juntos. Ou em vias de se encontrar…
Por aqui as coisas seguem estranhas. A gente tenta mudar a rotina, fazer algo diferente aos finais de semana. Os domingos são sempre os mais difíceis pra mim, porque era o dia em que a gente ficava mais junto.

Já não estava assim nos últimos meses… e acho que já era Deusinho nos preparando para esta ruptura física, mas está longe de dizer que por isso é mais fácil.

Estou feliz porque o Lu tem se permitido sentir mais, chorar mais, aceitar o que vier. “É uma dor que dói no peito”, já diria Renato Russo…

Este final de semana foi a primeira vez depois de um tempão que todos nós estivemos reunidos na chácara. Foi muito bom rever Paulo, Jane e as meninas, e não tem como não lembrar vocês o tempo todo.
Sábado à noite, já com suas cinzas Sogrinho, nos reunimos em volta do novo pé de limão para fazermos uma oração, vibrar amor, tranquilidade, luz, união e demonstrar nossa gratidão pela vida, pelo legado que você e a Le deixaram. Foi simples, lindo e emocionante.

O quentinho das lágrimas se fizeram presente, contrastando com as frias noites de outono.

Deixo aqui um trecho do livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, de Ana Claudia Quintana.

O Amor não morre com o corpo físico. O Amor sempre permanece. Se você perdeu alguém que ama muito, faça esse exercício. Enumere o que aprendeu e, em seguida, relembre dias muito engraçados com aquela pessoa. Medite sobre as risadas altas que essas lembranças desencadearão. As lágrimas que você vai verter nesse processo aliviarão muito a sua dor. As lágrimas são feitas de água salgada, como o mar. Chorar essa emoção é como tomar banho de mar de dentro para fora.
Tudo pode morrer, exceto o Amor. Só o Amor merece a imortalidade dentro de nós.

Estejam bem, Sogrinhos.
Muitas saudades… amo vocês!

Li.