Tchau, 1º semestre de 2021.

Atibaia, 30 de junho de 2021

Ouvindo City of Stars, La La Land

Acordei hoje meio estranha, olhando para minha agenda repleta de ‘to dos’ não ticados, carregando nos ombros a culpa por mais uma vez não ter conseguido caminhar no condomínio com os meninos e por estar bebendo menos água que deveria. Pensei que hoje o frio me venceu e que escolhi ficar debaixo das cobertas ao invés de caminhar os 5km diários que tinha estabelecido como meta na semana passada. Olhei o celular e percebi que por conta do volume imenso de trabalho não tenho lembrado de tirar fotos do céu.

Por um instante quis sentir todo o peso do mundo em minhas costas, mas então me dei conta que hoje é dia 30 de junho e que estamos finalizando os primeiros seis meses deste insano 2021. Então, me lembrei de tudo que me fez chegar até aqui e de como tenho me fortalecido de tantas maneiras vivendo tão intensamente.

Escrevo (e tiro fotos) para não esquecer que estivemos juntos com meu sogrinho e minha sogrinha na virada do ano. Que passamos um final de semana incrível em São Francisco Xavier com o Pedrinho, a Fá e o Edu e que oficialmente nos tornamos primos. Que em fevereiro celebramos os 5 anos do Mimi de maneira tão simples e amorosa e que conseguimos ter 5 dias de pausa entre os cuidados e revezamento da rotina de hospital com a Le. Escrevo para não esquecer dos dois dos dias mais tristes que já vivemos. Da madrugada em claro na casa da Jane passando mal e escutando o silêncio na lavanderia, olhando a Lua e da madrugada em que só estávamos à espera do telefone tocar para avisar que meu sogrinho tinha ido ao encontro da minha sogrinha. A gente nunca imagina o que é e nem se estamos preparados para viver o luto até que ele invade nossas vidas e rotinas.

Escrevo para não esquecer de como mais que nunca me senti grata por ter minha família, por poder ser porto seguro para as dores do coração do Lu, neste sentimento de orfandade que de repente se instalou e que muitas vezes só aliviava transbordando em lágrimas.

Escrevo para não esquecer dos dias que seguiram, com foco e mais silêncio e seriedade que o normal.

Escrevo para não esquecer que no momento de maior dor, também vivíamos o momento de maior oportunidade profissional dentro da Prosperidade. Como conseguir separar emoções tão antagônicas e entender que celebrar nossas conquistas não significava que não estávamos sentindo a dor da perda. Escrevo para não esquecer o quanto me senti mais madura enquanto mulher, enquanto guardiã das boas energias do lar. Nós nos protegemos. Nós nos abraçamos. Nós estivemos juntos.

Escrevo para não esquecer que depois de um tempo, vamos encontrando motivos para seguir, continuar com alegria e entusiasmo o legado que nos foi deixado. E passamos a conseguir falar melhor sobre a tragédia que assolou nossa família, que nos mostrou quem eram os verdadeiros amigos e que nos uniu ainda mais.

Escrevo para não esquecer como celebramos a volta do Paulo pra casa. Como para nós foi um momento de renovação e esperanças…

Escrevo para não esquecer das caminhadas diárias no condomínio, das leituras leves que decidi fazer, do encontro com a filha do Paulo Freire. Escrevo para não esquecer da noite especial em que recebemos minha irmã, meu cunhado e o Ni em casa. Os programas em família na casa dos meus pais ou na chácara. Os 40 anos de vida do meu irmão, tão feliz pela nova casinha.

Escrevo para não esquecer do poder da oração. Escrevo para não esquecer do meu encontro mágico com a Pauleka no dia do seu aniversário. Escrevo para não esquecer que levei meus filhos para conhecer o BuscaVida neste semestre. E também pelos encontros virtuais com amigos que enobrecem a alma.

Escrevo para não esquecer de todo carinho chegando pelo correio vindo da Fá, cada cartinha manuscrita que me deixava cada vez mais emocionada. Escrevo para não esquecer que ganhei rosas vermelhas no dia dos namorados, e que eu amo um amor clichê! Escrevo para não esquecer que eu e Lu celebramos nossos 12 anos de casados na delícia do Café Julls, na simplicidade de quem endossa a alegria de um encontro a dois, ainda que rápido, mas com tempo de olhar nos olhos antes do brinde para revalidar nossos votos de amor até que nunca acabe.

Escrevo para não esquecer dos céus que enxerguei. Dos cursos incríveis que fiz da Marla de Queiroz e da Ingrid – autora de um dos meus livros favoritos, A alegria das pequenas coisas.

Escrevo para não esquecer que apesar de enfrentar a mudança de escola e uma nova rotina, meus filhos nunca perderam o brilho nos olhos e o entusiasmo – e isso nos ensina muito todos os dias. Escrevo para não esquecer das mesas lindas que o Mimi decorou, ou das inúmeras poças de lama e chuva que Beni e ele se acabaram de tanto brincar.

Escrevo para não esquecer algo lindo que li: “Seguir em frente não é sobre esquecer o que aconteceu, seguir em frente é sobretudo, abraçar o recomeço depois do fim.”

É isso.
Que sempre exista amor pra recomeçar.

Deusinho, obrigada por não soltar da nossa mão.

Vamos lá, 2º semestre. Estamos prontos para a onda zen.

City of stars
Are you shining just for me?

City of stars
There’s so much that I can’t see

Who knows?
I felt it from the first embrace
I shared with you

That now
Our dreams
They’ve finally come true

Meu beijo,
L.

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