Atibaia, 8 de julho de 2021
Ouvindo “Epitáfio” – Titãs
Ontem por acaso esta música entrou em uma playlist que estava ouvindo aleatoriamente. Ela sempre me encantou – e emocionou – muito!
Diante de tanta dor pela qual o mundo está passando, diante de toda dor que minha família vem atravessando, passei a ter um desejo urgente de viver a vida em sua totalidade. Tenho me dedicado a ser a dona do meu tempo, a estudar ininterruptamente maneiras de ser mais produtiva no trabalho, para que me sobre tempo para outras coisas que amo igualmente.
Estar com meus pais – e ser filha.
Estar com meus filhos – e ser às vezes mãe, e às vezes a Lillian criança.
Estar comigo mesma – e aproveitar minha solitude.
Estar com meus amigos, ainda que virtualmente – e aproveitar para nutrir o amor que nunca morre.
Estar com meu marido – e ser esposa. Nutrir a alegria e cumplicidade de ter alguém para segurar as mãos e compartilhar dores e delícias da caminhada.
Estar com meus irmãos – e ser irmã. Aproveitar aquela pentelhice que só acontece com eles.
Se tem uma coisa que esta pandemia veio mostrar é isso: o quanto precisamos rever e repensar como e onde estamos investindo nossa melhor energia.
Quero ter a chance de viver esta música no presente. E me lembrar destes verbos que fazem tanto sentido na vida. Transcrevo aqui ela no presente, como um desejo de não esquecimento ao que realmente importa.
Devo amar mais
Chorar mais
Ver o sol nascer
Devo arriscar mais
Errar mais
Fazer o que quero fazer
Devo aceitar as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria, e a dor que traz no coração
“Que o acaso me proteja enquanto eu estiver distraída…”
Devo complicar menos
Trabalhar menos
Ver o sol se pôr
Devo me importar menos com problemas pequenos
Morrer de amor
Devo aceitar a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier…
“Que o acaso me proteja enquanto eu estiver distraída…”
Que a gente volte a conjugar melhor os tempos verbais que mais gostamos na vida!
Em presença e alegria.

Meu beijo,
L.