A beleza na rotina.

Da série: escrevi mas não postei – texto de 17 de outubro de 2019.

Ontem, enquanto assistia ao programa Saia Justa, o tema ‘rotina’ me inspirou a falar a respeito dessas sensações que nos despertam pequenos instantes de felicidade cotidianas.

Mas antes, uma pergunta: você tem o hábito de perceber o que te faz feliz?

Tem alguma lista, ainda que seja mental? Se propõe a efetivamente investir um tempo na sua rotina para treinar o hábito da felicidade e da gratidão?

A fala da Astrid me chamou atenção: Eu adoro rotina, ela me organiza e, mesmo sabendo que todos os dias eu preciso pegar a marginal, por exemplo, os ipês nela estão tão coloridos que eu foco neles; desvio a atenção do tédio com o belo. Bem, era algo assim.

Eu acredito na felicidade como um hábito.
É exercitar o olhar do belo no cotidiano, porque por mais que os dias possam parecer tediosos ou apenas cheios de compromissos a serem cumpridos, há sempre algo que fez você ser feliz aquele dia – e às vezes você nem percebe.

Vamos à minha lista de pequenas felicidades:


– estar no carro ouvindo a rádio e de repente tocar minha música favorita;
– o cheirinho do café sendo passado que me convida para a pausa;
– perceber um momento de fúria e saber que posso ir até o sol para receber Vitamina D e me sentir mais acolhida;
– a maravilha do pôr do sol, que nos mostra diariamente sobre a lei da impermanência;
– chegar em casa depois de um dia todo de trabalho e finalmente ficar descalça;
– me conectar à energia dos meus filhos;
– encontrar uma libélula de repente, que sempre foi o ‘meu’ sinal de que as coisas dariam certo;
– cheiro de terra molhada com a chuva;
– cheiro de livro novo;
– cheiro de bolo no forno;
– reparar que um arco-íris foi formado com a chuva;
– ter tempo de relaxar na rede;
– café na cada dos meus pais;
– almoço de domingo na casa dos meus sogros;
– colher fruta do pé;
– abraçar árvores;
– fazer um piquenique;
– encontrar dinheiro esquecido na calça;
– alguém mexendo nos meus cabelos;
– quando encontro alguém que me abraça em reciprocidade;
– tirar fotos cotidianas, do caos instalado e da beleza no caos;
– cantar no carro com meus meninos;
– colchão na sala, filme e pipoca.

Quando falamos em felicidade, não é necessariamente ser feliz o tempo todo, mas encontrar este sentimento no cotidiano, mesmo em dias difíceis. Nenhum dia é como o outro. E, pode ser que a sua vida não esteja exatamente como sempre sonhou, mas vamos aos clichês: você acordou, tem saúde, disposição e uma infinita gama de possibilidades.

Se decidimos viver um dia de cada vez dando o melhor que podemos e nos exercitando a encontrar o belo como instantes mágicos, começamos a acessar uma leveza que vai atraindo para nós ainda mais motivos de sermos felizes e de sermos gratos.

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