Atibaia, 3 de julho de 2022
Ouvindo Moça, de Mariana Froes
Eu era muito nova quando achava que tinha conhecido o amor.
Com 15 anos, imaginava que quanto mais ciúme e controle, maior era o sentimento.
Foi um longo processo de vida, dor e transformação até entender que amores reais nada tinham a ver com aquilo que estava experimentando.
Assim, depois de viver um luto interno que durou cerca de 1 ano, dei espaço para o novo.
Eu tinha apenas 21 anos, quase 22, mas ter vivido este relacionamento foi uma das coisas mais importantes que poderia ter me acontecido.
Depois de entender que estava envolvida em um relacionamento tóxico, prometi a mim mesma que iria aprender a ser feliz sozinha, e que, caso encontrasse alguém para compartilhar a vida, seria para uma parceria de completudes: eu me cuidando para mim, o outro se cuidando para ele, para então, conseguirmos somar nesta relação.
Na época, não sabia o quanto aquela força interna seria importante.
Já faz 15 anos que isso aconteceu.
Olho para trás e descubro que me comprometer comigo, com o meu amor próprio e com a minha felicidade foi minha maior e mais responsável escolha.
Meus votos de alma seguem intactos, neste compromisso de me amar, estimar e cuidar profundamente de todas as partes de mim, em todas as situações.
- Prometo ser abrigo em tempos desafiadores, de desesperança e desilusão.
- Eu prometo ser meu amor sempre e de todas as maneiras.
- Eu prometo nunca mais me estabelecer ou me abandonar em parcerias românticas.
- Eu prometo viver na fé que minha vida se desenvolve na misteriosa perfeição divina.
- Eu prometo honrar meu caminho espiritual e criar uma vida incrível.
- Prometo honrar meu chamado e viver minha vida como uma obra de arte.
Todos os meus votos são uma expressão do chamado da minha alma e um profundo desejo de me amar e cuidar de mim no nível mais profundo possível em todas as áreas da minha vida.
Quando digo SIM pra mim, consequentemente digo SIM ao mundo que desejo viver.
Aqui, alguns conselhos que eu daria para quem está neste momento de transição/transformação por qualquer motivo que seja.
1. Escreva sempre cartas de amor a você mesma
Este exercício aprendi com uma de minhas escritoras favoritas, Marla de Queiroz. Desde então, o hábito se faz presente… especialmente nos momentos em que preciso relembrar da minha força, potência, honrar a minha história e tudo que já conquistei.
A expressão depois disso você pode variar: te gravar lendo essas palavras de amor a você mesma, reescrevendo em formato de poema, talvez criar um altar sagrado com as cartas sendo protagonistas. Celebre sua existência!
2. Crie um quadro de visão
A alma fala em imagens. Seus votos de alma, a validação de seu amor próprio podem ser revelados a partir deste momento criando este quadro de visão do que é importante. Dedique-se a procurar, calmamente, aquelas imagens que mais ressoam com você. Siga e confie em sua intuição, nem tudo precisa de respostas racionais.
3. Tenha um objeto que te lembre sempre da sua força, do seu autoamor
Você pode ter uma jóia, colar, anel ou um figurino, um livro, algo que represente a sua força.
Tenho três muito pessoais e amorosos: um anel com o símbolo do infinito, para que eu não esqueça que meu amor por mim é infindável; o livro “a ciranda das mulheres sábias”, que veio como um abraço quentinho em momentos de solitude e um quimono com estampa ‘astrológica’, presente de mim pra mim quando passei a entender melhor que muita coisa realmente faz sentido quando nos conectamos aos astros.
4. Faça as pazes com você mesma
Praticar o exercício de auto amor passa, em primeiro lugar, por um exercício de auto perdão e compaixão. Tudo que vivemos nos fizeram chegar até aqui, então, livre-se da culpa de achar que “poderia ter sido diferente” – porque foi como teria que ser.
Se não fossem os desafios da vida, jamais nos abriríamos para o que realmente faz vibrar nosso coração.
Aceite-se!
Nesta imperfeição perfeita que nos auxilia no caminhar, cada vez mais presente e melhor, conectados ao que realmente importa do lado de dentro.
Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grata.
Meu beijo,
L.
