Atibaia, 23 de maio de 2023.
Ouvindo “Pra gente acordar” – de Gilsons.
Ser mãe é meu maior projeto de vida.
Neste momento em que eles ainda são pequenos, minha prioridade segue sendo estudar formas de criar filhos emocionalmente saudáveis, gentis e fortes para este mundo maluco que vivemos hoje.
E é doido porque não existe referência.
Não temos precedentes porque tudo era muuuuuito diferente na nossa época, na época dos meus pais. Que desafio!
Tento buscar conteúdos para me trazer para a realidade.
Olhar com lentes mais abertas sobre o mundo aí fora… este mundo real e de gente com tanta má intenção com nossas crianças.
Inteligência artificial possibilitando tanta coisa, é puxado.
Os meninos já têm o privilégio grande de morarmos em um condomínio térreio, simples, mas com tudo que eles precisam: espaço para serem crianças em liberdade, brincando livremente de bola, pega-pega, esconde-esconde, polícia e ladrão e claro, futebol.
Mas percebo que é generalizado o aumento de dosagem de dopamina neles por conta das telas. Especialmente celular, com seus jogos e Youtube apresentando tanta bobagem pra eles.
Fiquei bem em dúvida se comprava ou não um celular para cada um, mas foi uma forma sensata para estabelecer os limites que eu quero para eles.
Controlo pelo Family Link o quanto podem assistir, que jogos podem jogar, e, apesar de saber que há outros meios de eles terem contato com outras informações mais pesadas, em casa assumi este papel de ser grande catalisadora.
Tem dado certo.
Desativei YouTube e YouTube Kids, e também o Google.
Pesquisas só fazem no meu celular, junto comigo.
Instalei Netfix e além dos joguinhos, têm à disposição os apps onde fazem exercícios de matemática e leem os livros sugeridos pela escola.
Não existe certo e errado, né?
Olhando para o vício deles, reparei no meu próprio.
Sem perceber, a gente mesmo vai ficando cada dia mais dependente do celular.
E aí, entendi que pra eu exigir isso deles, precisava mudar meu comportamento.
É um processo de cura constante… eles reproduzem o que é observado, e a gente se enxerga através deles. Nem sempre coisas bonitas, mas meu discernimento e desejo de ser uma adulta cada vez mais saudável me fazem pensar em mudanças. Contantemente. Dia após dia.
Eles são minha grande chance de melhoramento.
Se eu melhoro e me curo, ajudo na cura deles.
Passei a ler mais livros, voltei a escrever mais e voltei pra cá – este meu espaço lindo de diálogo aberto sobre as dores e delícia da vida e das relações, a quem possa interessar.
Além da auto-observação, parte do que me fez tomar essa decisão prática foram a leitura do livro “Nação Dopamina” e também, assistir aos vídeos da Sheylli Caleffi que sabiamente diz que “conhecimento protege”.
Em Nação dopamina, Dra. Anna Lembke, psiquiatra e professora da Escola de Medicina da renomada Universidade Stanford, explora as novas e empolgantes descobertas científicas que explicam por que a busca incansável do prazer gera mais sofrimento do que felicidade – e o que podemos fazer a respeito.
Duas indicações para o dia de hoje.

