A vida e a morte.

Atibaia, 20 de agosto de 2017.

Ouvindo o barulho da chuva ♥

Hoje foi um dia diferente. Acordamos com o sol brilhando e animados em celebrar nossos 9 anos e 11 meses de namoro junto com os meninos, mas a notícia de falecimento do pai de um dos melhores amigos do Lu fez com que mudássemos os planos.

Sempre que alguém falece, é muito significativo. Não tem como não pensar “quando será minha vez de sentir isso”, “será que estou aproveitando o tanto quanto posso as pessoas que amo?”.

Acho muito saudável avaliarmos essas questões sempre que possível. Cada um que nos é importante merece saber disso.

Na despedida, ouvir a música “Pai” me deixou desolada.
Voltamos de São Paulo pensando na efemeridade da vida, pensando no quanto tudo muda o tempo todo, no quanto ainda não estamos preparados para perder quem amamos…

Cheguei na casa dos meus pais para buscar meus meninos e me deparei com a cena dos dois rindo com os netos, falando das molecagens dos dois; vi meu pai brincando de super-herói com o Beni. Gravei aquela cena.

Abracei o Lu como se não houvesse amanhã e desejei mais que nunca proteção, saúde e amor para nós. Pensar em como somos vulneráveis às vezes me assusta; por outro lado, reforça o sentimento de que o medo pode nos paralisar, pode nos impedir de viver coisas magníficas.

Desejo muito que ninguém tenha receio ou preguiça de demonstrar o amor, o afeto, o carinho pelo outro. Que as pessoas invistam mais tempo em perdoar que em guardar rancor. Que estejam presentes ao realizar qualquer coisa na vida.

Pensar nisso tudo me lembrou Neruda, num dos poemas que mais gosto:

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

Fé, amor e saúde para todos nós.
E uma VIDA bem vivida.

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Meu beijo,
L.

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